A ficção inicia-se a preto e branco, no ano de 1975, aquando da independência das ex-colónias portuguesas, e do retorno de muitas famílias a Portugal. As imagens desses tempos alternam-se com as dos dias de hoje e salpicam de história o enredo do primeiro episódio de Podia Acabar o Mundo, a nova novela portuguesa que hoje se estreia na SIC."Acho que o arranque é especialmente forte, porque pega num tema que hoje parece um pouco esquecido nas nossas agendas, mas que na verdade é uma situação-chave da vida portuguesa dos últimos 35 anos", afirmou ontem o director de Programas da SIC. Um assunto "que toca milhões de pessoas, umas de forma directa e outras de forma indirecta, e que é a questão dos retornados", explicou Nuno Santos aos jornalistas, depois do visionamento conjunto do primeiro episódio da novela."Gostei", confessou o responsável. "O grande desafio era ter a capacidade de transformar a boa história em papel [escrita por Manuel Arouca] num bom produto de televisão." Além disso, disse Nuno Santos, "acho que temos um primeiro episódio que é forte, e que lança uma série de pistas acerca da história", ou acerca do cruzamento de histórias de que é feito uma novela.
Um passado escondido...
Rodrigo Louro, que na parte da ficção passada nos nossos dias é interpretado pelo actor Diogo Morgado, chega a Lisboa ainda ao colo da mãe, a bordo do navio Gil Eanes. No momento em que se separa da família para ir buscar as malas, o seu pai é vítima de uma tentativa de homicídio, a mando do então jovem Eduardo Morais (personagem que, na actualidade, está a cargo do actor e responsável pela ficção da SIC Virgílio Castelo). Uma tareia que deixa o major João Maria às portas da morte, e que lança sobre a família de Rodrigo um clima de suspeição.O casal decide então fazer vida no Brasil, até que, um dia, um desastre de avioneta deixa Rodrigo sem pais. Aos 12 anos, o rapaz é acolhido pela família da sua tia, Joana Álvares (Lia Gama), que cria o menino como se de um filho se tratasse.Quando a imagem ganha cor, Rodrigo está quase a pôr os pés no tribunal. Em causa está a custódia do filho, que disputa com Vera Sarmento, personagem representada pela actriz Joana Seixas. É uma mulher moderna, uma advogada de sucesso que o ex-marido acusa de ter abdicado da família em benefício da carreira.Vera trabalha para o conhecido "advogado do Diabo". Em cima da secretária do patrão está uma fotografia de quando este era novo: não há dúvida, é a mesma pessoa que, anos antes, foi responsável pelo ataque ao pai de Rodrigo, ex-marido de Vera. Mas isso é algo que só o telespectador e Eduardo sabem. E, ao que parece, mais uma personagem...De resto, "é uma história totalmente aberta", explicou Manuel Arouca, autor do enredo que se irá desenrolar em função da reacção dos telespectadores e da química que se revelar entre actores.
fonte & foto: DN
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