A história de Paulo Azevedo

Foi o futebol que lhe abriu a janela da televisão. Afinal, sem mãos e sem pernas praticava a modalidade. Depois de ver a sua história contada na Sport TV e na SIC, Paulo Azevedo participa na nova novela de Carnaxide.
A deficiência física não constituiu embargo para uma vida normal. Aliás, normalidade é o lema pelo qual pauta a sua existência. A diferença caracteriza-o, mas não o define. "Eu nunca quis ser olhado como coitadinho", sublinha, repudiando esse rótulo.
Aos 27 anos, Paulo Azevedo cumpre o objectivo que sempre o mobilizou: ser actor. Integra o elenco de "Podia acabar o mundo", onde dá corpo ao advogado Raimundo. "Está a ser uma experiência muito positiva", diz. As expectativas que depositou não saíram defraudadas. "É melhor do que imaginava". Além do ritmo intenso, enaltece a ajuda dos colegas. Não obstante, "gostaria de vestir um vilão", uma vez que o desafio reside "em construir um perfil distinto de nós".
Para trás, está um curso de jornalismo e a prática de futebol (ver caixa). A primeira vez que apareceu na televisão foi graças a este desporto, numa reportagem da Sport TV intitulada "O melhor jogador do mundo", que já recebeu vários prémios. Na semana passada arrecadou uma menção honrosa no âmbito de uma distinção sobre Direitos Humanos e Integração.
Jaime Cravo, jornalista da estação, ao ver imagens de um jogo, decidiu avançar para a peça acerca de Paulo. Mais tarde, também a SIC, através de Sofia Arêde, tratou a história. "Uma vida normal" foi o nome da reportagem que mostrava a sua obstinação em se tornar actor. À data, frequentava um "workshop" de representação conduzido por Tozé Martinho, quem lhe propôs que fizesse parte da ficção da TVI "A outra", cujo argumento assinara.
Contudo, Nuno Santos, director de Programas de Carnaxide, depois de ver o seu desempenho em palco, convidou-o para os "castings" da novela de produção lusa do canal. Paulo teve de optar. "Escolhi a SIC pois a personagem pertencia ao núcleo principal, enquanto que o papel da TVI era mais pequeno". E a aparente utopia concretizou-se. O actor revela ter ainda um projecto no cinema: "Fui seleccionado para um filme, mas nada posso adiantar". Admite saudades do teatro, e se outra estação voltasse a aliciá-lo, não descartaria a hipótese. Com uma única condição: "Não se tratar de algo que enfatizasse a minha fragilidade". Recentemente, mergulhou nos meandros da literatura com "Paulo Azevedo: Uma vida normal", biografia da autoria de Sofia Arêde.
fonte & foto: JN

Comentários

Anónimo disse…
vopvou a juri do rvcc e queria mostrar a vida de paulo azevedo em topicos alguem pode me ajudar