A preparar uma versão nacional de ‘apanhados’ para 2009, o apresentador de ‘Não Há Crise!’ não teme a concorrência da TVI: “Eles é que deviam estar preocupados!”
Não Há Crise!’ veio provar que os formatos simples e baratos dão resultado. Estava à espera deste sucesso?
Na altura do aniversário da SIC, o Nuno Santos [director de Programas] pediu-me para fazer umas brincadeiras a uns colegas. Deu-me imenso prazer e resultou muito bem. Percebi que estava cheio de saudades de fazer ‘apanhados’, apesar de ter prometido a mim mesmo que não voltaria a fazê-los. Além disso, fiquei surpreendido com o facto das pessoas me abordarem na rua a pedir para voltar com este formato. Surgiu então o ‘Não Há Crise!’, um programa com uma linguagem simples, que as pessoas apreciam, e que até pode ser visto sem som. Aliás, sei que há muitos restaurantes que sintonizam na SIC ao sábado à noite. É uma fórmula barata e simples, que resulta muito bem, mas vai ter que evoluir.
E por isso vai apostar numa versão nacional do ‘Não Há Crise!’ para 2009?
Já estamos a trabalhar nisso, pois está na altura de fazer umas coisas com graça a nível nacional, mas não posso adiantar muito mais, a não ser que vai ser diferente de tudo aquilo que já se fez. Já disse à direcção de Programas que, para me envolver novamente numa produção nacional, quero ter meios que nunca tive. É que, muitas vezes, são estes que decidem a qualidade do trabalho e eu tenho a responsabilidade de oferecer ‘apanhados’ de qualidade às pessoas.
Vai continuar a fazer concorrência ao ‘Caia quem Caia’, da TVI?
O programa estreia para o ano, mas ainda não sei a data. Seja como for, temos a consciência de que no outro canal também existe um programa de humor. Contudo, tendo em conta a estrutura e o investimento do ‘Caia quem Caia’, que é uma grande aposta da TVI fora da ficção, acho que eles é que devem estar preocupados com o ‘Não Há Crise!’...
Mas sente a pressão das audiências...
Todos os dias. A guilhotina das audiências está sempre presente. Acordo diariamente com uma mensagem no telemóvel a informar-me sobre os resultados do ‘Contacto’ no dia anterior. Sou constante e sistematicamente confrontado com isso, mas é uma pressão que sempre senti ao longo da minha vida profissional.
Hoje mais do que nunca?
Nem por isso. É assim desde que entrei para a SIC e deve ser assim em todas as estações. Só quando estive na RTP é que senti menos essa pressão. Mas não me assusto com isso. Na verdade, ajuda-me a ser mais responsável, a trabalhar mais e melhor.
Voltando à versão nacional do ‘Não Há Crise!’. O Nuno será, mais uma vez, o ‘cérebro’ do programa?
Será tudo feito por mim. Sou eu que imagino as situações e sou eu que faço a direcção dos ‘apanhados’, ou seja, sou a voz no auricular dos actores que lhes dá todas as indicações sobre o que fazer e dizer. A arte dos ‘apanhados’ também passa por arquitectar a história na altura em que se está a gravar, pois as pessoas nem sempre reagem como nós queremos.
É difícil impor limites às brincadeiras, de forma a evitar o mau gosto?
Onde é que está a fronteira entre a brincadeira e o gozo? É uma noção que tenho que ter: brincar em vez de gozar com as pessoas. Ao contrário do que os espectadores possam pensar, fazer ‘apanhados’ é muito trabalhoso. É a antítese do que geralmente é feito em televisão, pois tudo gira em torno do imprevisto, a imagem nem sempre é a melhor, uma vez que é tudo filmado às escondidas, as reacções são as mais diversas... E as coisas nem sempre correm como esperavamos.
Vai deixar o ‘Contacto’ para se dedicar a este novo projecto?
Isso é uma pergunta para o Nuno Santos. O ‘Contacto’ é um programa vencedor de audiências no horário das 16h30 às 18h00. Por isso temos que tratá-lo bem, até porque tem uma responsabilidade social de fazer companhia aos telespectadores. Não quero defraudar todas aquelas pessoas que me tratam carinhosamente por ‘Tio Careca’. Porém, tudo na vida tem uma duração e eu já estou há três anos a apresentar o programa, pelo que é normal que sinta vontade de fazer outras coisas. Para já, o que posso dizer é que não está previsto abandonar o ‘Contacto’, mas é possível que tenha de me ausentar de vez em quando.
Se tiver de deixar o formato, quem gostaria que o substituísse?
Existem vários colegas na SIC que poderiam perfeitamente apresentar o ‘Contacto’, desde o José Figueiras ao Nuno Eiró.
Sente um desgaste a nível de imagem por estar a apresentar um programa de segunda a sexta-feira?
Sei que o meu desempenho é avaliado diariamente, mas isso não me custa, pois não represento qualquer papel ao apresentar ‘Contacto’. Sou eu mesmo. Por outro lado, concordo com o Manuel Luís Goucha quando ele diz que o público fica zangado connosco quando desaparecemos, uma vez que nos considera um amigo. É preciso ter muito cuidado, sobretudo em programas como este, que é uma companhia para muitas pessoas.
NOVO PROGRAMA > 'CHEGA DE HUMOR'
Em 2009 vai ter, finalmente, a oportunidade de apresentar o programa da sua vida?
Sim. É o menino dos meus olhos, pois penso nele desde garoto. Posso dizer que é um projecto inesgotável, que posso fazer durante muito tempo, e que já está a ser preparado.
É uma ideia original?
Hoje em dia já não se inventa nada, mas é a primeira vez que se faz algo deste género em Portugal.
Será semanal ou diário?
Ainda não sei. Mas imagino-o como um programa semanal.
Será de humor?
Não. Já chega de humor. Hoje, graças às equipas com quem já trabalhei, nomeadamente do ‘Contacto’, sinto-me capaz de fazer um pouco de tudo.
PERFIL
Nuno Graciano, que celebrou 40 anos dia 7 de Dezembro, já conta com 15 de carreira. Depois de passar pela TVI e RTP, o apresentador tornou-se no rostos dos programas de ‘apanhados’ em Portugal na SIC, com ‘Ri-te, Ri-te’, ‘Os Apanhados da Bola’, ‘Flagrante Delírio’ e agora ‘Não Há Crise!’ A par destes formatos, Nuno Graciano participou como actor em ‘Uma Aventura’ e ‘Floribella’.
fonte & foto: CM
Não Há Crise!’ veio provar que os formatos simples e baratos dão resultado. Estava à espera deste sucesso?
Na altura do aniversário da SIC, o Nuno Santos [director de Programas] pediu-me para fazer umas brincadeiras a uns colegas. Deu-me imenso prazer e resultou muito bem. Percebi que estava cheio de saudades de fazer ‘apanhados’, apesar de ter prometido a mim mesmo que não voltaria a fazê-los. Além disso, fiquei surpreendido com o facto das pessoas me abordarem na rua a pedir para voltar com este formato. Surgiu então o ‘Não Há Crise!’, um programa com uma linguagem simples, que as pessoas apreciam, e que até pode ser visto sem som. Aliás, sei que há muitos restaurantes que sintonizam na SIC ao sábado à noite. É uma fórmula barata e simples, que resulta muito bem, mas vai ter que evoluir.
E por isso vai apostar numa versão nacional do ‘Não Há Crise!’ para 2009?
Já estamos a trabalhar nisso, pois está na altura de fazer umas coisas com graça a nível nacional, mas não posso adiantar muito mais, a não ser que vai ser diferente de tudo aquilo que já se fez. Já disse à direcção de Programas que, para me envolver novamente numa produção nacional, quero ter meios que nunca tive. É que, muitas vezes, são estes que decidem a qualidade do trabalho e eu tenho a responsabilidade de oferecer ‘apanhados’ de qualidade às pessoas.
Vai continuar a fazer concorrência ao ‘Caia quem Caia’, da TVI?
O programa estreia para o ano, mas ainda não sei a data. Seja como for, temos a consciência de que no outro canal também existe um programa de humor. Contudo, tendo em conta a estrutura e o investimento do ‘Caia quem Caia’, que é uma grande aposta da TVI fora da ficção, acho que eles é que devem estar preocupados com o ‘Não Há Crise!’...
Mas sente a pressão das audiências...
Todos os dias. A guilhotina das audiências está sempre presente. Acordo diariamente com uma mensagem no telemóvel a informar-me sobre os resultados do ‘Contacto’ no dia anterior. Sou constante e sistematicamente confrontado com isso, mas é uma pressão que sempre senti ao longo da minha vida profissional.
Hoje mais do que nunca?
Nem por isso. É assim desde que entrei para a SIC e deve ser assim em todas as estações. Só quando estive na RTP é que senti menos essa pressão. Mas não me assusto com isso. Na verdade, ajuda-me a ser mais responsável, a trabalhar mais e melhor.
Voltando à versão nacional do ‘Não Há Crise!’. O Nuno será, mais uma vez, o ‘cérebro’ do programa?
Será tudo feito por mim. Sou eu que imagino as situações e sou eu que faço a direcção dos ‘apanhados’, ou seja, sou a voz no auricular dos actores que lhes dá todas as indicações sobre o que fazer e dizer. A arte dos ‘apanhados’ também passa por arquitectar a história na altura em que se está a gravar, pois as pessoas nem sempre reagem como nós queremos.
É difícil impor limites às brincadeiras, de forma a evitar o mau gosto?
Onde é que está a fronteira entre a brincadeira e o gozo? É uma noção que tenho que ter: brincar em vez de gozar com as pessoas. Ao contrário do que os espectadores possam pensar, fazer ‘apanhados’ é muito trabalhoso. É a antítese do que geralmente é feito em televisão, pois tudo gira em torno do imprevisto, a imagem nem sempre é a melhor, uma vez que é tudo filmado às escondidas, as reacções são as mais diversas... E as coisas nem sempre correm como esperavamos.
Vai deixar o ‘Contacto’ para se dedicar a este novo projecto?
Isso é uma pergunta para o Nuno Santos. O ‘Contacto’ é um programa vencedor de audiências no horário das 16h30 às 18h00. Por isso temos que tratá-lo bem, até porque tem uma responsabilidade social de fazer companhia aos telespectadores. Não quero defraudar todas aquelas pessoas que me tratam carinhosamente por ‘Tio Careca’. Porém, tudo na vida tem uma duração e eu já estou há três anos a apresentar o programa, pelo que é normal que sinta vontade de fazer outras coisas. Para já, o que posso dizer é que não está previsto abandonar o ‘Contacto’, mas é possível que tenha de me ausentar de vez em quando.
Se tiver de deixar o formato, quem gostaria que o substituísse?
Existem vários colegas na SIC que poderiam perfeitamente apresentar o ‘Contacto’, desde o José Figueiras ao Nuno Eiró.
Sente um desgaste a nível de imagem por estar a apresentar um programa de segunda a sexta-feira?
Sei que o meu desempenho é avaliado diariamente, mas isso não me custa, pois não represento qualquer papel ao apresentar ‘Contacto’. Sou eu mesmo. Por outro lado, concordo com o Manuel Luís Goucha quando ele diz que o público fica zangado connosco quando desaparecemos, uma vez que nos considera um amigo. É preciso ter muito cuidado, sobretudo em programas como este, que é uma companhia para muitas pessoas.
NOVO PROGRAMA > 'CHEGA DE HUMOR'
Em 2009 vai ter, finalmente, a oportunidade de apresentar o programa da sua vida?
Sim. É o menino dos meus olhos, pois penso nele desde garoto. Posso dizer que é um projecto inesgotável, que posso fazer durante muito tempo, e que já está a ser preparado.
É uma ideia original?
Hoje em dia já não se inventa nada, mas é a primeira vez que se faz algo deste género em Portugal.
Será semanal ou diário?
Ainda não sei. Mas imagino-o como um programa semanal.
Será de humor?
Não. Já chega de humor. Hoje, graças às equipas com quem já trabalhei, nomeadamente do ‘Contacto’, sinto-me capaz de fazer um pouco de tudo.
PERFIL
Nuno Graciano, que celebrou 40 anos dia 7 de Dezembro, já conta com 15 de carreira. Depois de passar pela TVI e RTP, o apresentador tornou-se no rostos dos programas de ‘apanhados’ em Portugal na SIC, com ‘Ri-te, Ri-te’, ‘Os Apanhados da Bola’, ‘Flagrante Delírio’ e agora ‘Não Há Crise!’ A par destes formatos, Nuno Graciano participou como actor em ‘Uma Aventura’ e ‘Floribella’.
Comentários