Conceição Lino estreia dia 5 "Nós Por Cá"

A jornalista volta ao ecrã da SIC dia 5 com um ‘Nós por Cá’ renovado, no horário que antecede o ‘Jornal da Noite’ e que considera ser “dos mais importantes em qualquer televisão”.
- Nós por Cá’ volta dia 5. Que mudanças sofreu o programa?
- O programa mantém o nome mas tem um formato diferente. Vai estar menos concentrado em mim e nas reportagens assinadas por mim, como aconteceu nos últimos cinco anos, mas o espírito mantém-se. A equipa foi alargada. Temos um grupo de óptimos profissionais que vão imprimir a sua marca profissional ao programa, que continua a ser um programa interessado nas pessoas.
- Desta vez vai ocupar o horário de ‘A Roda da Sorte’, antes do ‘Jornal da Noite’. Esta alteração preocupa-a?
- Fazer um programa neste horário preocupa-me tanto como noutro horário qualquer. A partir do momento em que aceitei este desafio, o que me preocupa é fazer o melhor que sei e contar que os outros elementos da equipa façam o mesmo.
- Concorda com o horário?
- Este horário é um dos mais importantes em qualquer estação de televisão. Não tenho de concordar ou discordar. Tenho é de procurar fazer um programa de informação entre as 19h00 e as 20h00 que seja distinto dos telejornais das oito da noite.
- Que balanço faz da última temporada do programa?
- Na última temporada, tal como nas anteriores, o ‘Nós por Cá’ teve resultados excelentes. É um espaço que ganhou a adesão das pessoas enquanto espectadores e enquanto parte do programa. Durante cinco anos, em diferentes dias, teve uma audiência óptima, quase sempre liderou no horário e sempre em curva ascendente.
- Existem muitas situações que são resolvidas graças ao ‘Nós por Cá’?
- Felizmente a intervenção do ‘Nós por Cá’ resolve certo tipo de situações. Infelizmente uma pequena parte. Mas não há nada melhor do que perceber que o nosso trabalho tem consequências positivas. E dá-nos também a noção da responsabilidade. Eu trabalho a pensar que aquilo que faço serve para alguma coisa. E quando isso não acontecer deixa de fazer sentido.
- Qual tem sido a reacção dos telespectadores?
- O retorno dos telespectadores não podia ser melhor! O ‘Nós por Cá’ é, seguramente, o programa mais próximo e interactivo da televisão portuguesa. As pessoas sabem que podem contar connosco e agora ainda mais. Somos mais gente na equipa, mais gente empenhada, criativa, bem-disposta, com capacidade crítica…
- A Conceição está envolvida na selecção das histórias para o programa? É difícil escolher?
- Essas decisões têm sido minhas mas agora são partilhadas com o Augusto Madureira, que também está a coordenar o programa. Mas todos os elementos da equipa sugerem temas e abordagens. É um trabalho conjunto mesmo que tenha de haver uma decisão final. Não é muito difícil escolher. É preciso perceber até que ponto as pessoas são genuínas naquilo que dizem e depois perceber quais são os ângulos de abordagem. Com sentido crítico é mais fácil.
- Sabe dizer quantas cartas/e-mails recebem por dia?
- São dezenas de contactos por dia divididos entre e-mails, cartas e telefonemas.
- É importante existir um programa deste género na televisão?
- A minha opinião é de que faz falta, claro. O que é que justificaria eu estar durante cinco anos persistentemente empenhada num trabalho se não fosse pela importância que ele tem? Se procurar vai perceber que são raros os projectos na televisão que se mantêm durante tanto tempo regularmente. Há uma grande receptividade ao ‘Nós por Cá’ e ela é transversal – somos vistos por gente de todas as idades, de todas as condições sociais, em todo o País.
- É uma pessoa atenta às questões sociais?
- Sou, claro. Como é que poderia fazer o meu trabalho se assim não fosse? Na génese do que faço estão as preocupações com os outros, com as pessoas. Não é por acaso que o nosso lema é ‘votamos em si’. Porque é o que nós fazemos. Votamos nas pessoas, ouvimo-las, damos-lhes importância, confiamos nelas para termos um País melhor. Isso é que é a cidadania. O ‘Nós por Cá’ é um espaço de cidadania.
- O que mais a preocupa?
- Preocupa-me um País em que as pessoas não se sentem devidamente representadas e defendidas. Um País em que o mérito continua a ser desvalorizado em vez de ser o principal motor de desenvolvimento. Preocupa-me o egoísmo, preocupa-me o desperdício, preocupa-me o desrespeito pelo ambiente.
- Tenta incutir essas preocupações às suas filhas?
- Claro.
INFORMAÇÃO SIC: UMA MARCA FORTE
- Acredita que pequenos gestos podem mudar o Mundo?
- Acredito que as pequenas coisas podem fazer grandes diferenças. Os pequenos gestos podem mesmo mudar o Mundo.
- O que mudou em si desde que apresenta o ‘Nós por Cá’?
- Talvez a pergunta seja mais o que mudou em mim desde que sou jornalista. E isso é estar atento, conhecer melhor as pessoas, o País, os pequenos e os grandes poderes, os defeitos e as virtudes dos portugueses.
- A Informação continua a ser a mais-valia da SIC?
- A Informação da SIC foi, é e vai continuar a ser uma marca forte da televisão portuguesa.
- Continua a cantar jazz?
- Canto tudo o que me apetece. Sempre que posso.
PERFIL
Conceição Lino é uma das fundadoras da SIC, a primeira televisão privada portuguesa, onde começou a trabalhar em Julho de 1992. Casada com o realizador Carlos Coelho da Silva (‘O Crime do Padre Amaro’ e ‘Amália’), de quem tem duas filhas, a jornalista gosta de cantar e já actuou várias vezes ao vivo a interpretar temas de Cole Porter e de outros autores de jazz.
fonte: CM

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