Carla Matadinho fala sobre o novo programa

Passados sete anos, Carla Matadinho ainda não conseguiu livrar-se do rótulo de Miss Playboy e ela sabe disso. Não o lamenta, embora sublinhe que não foi uma experiência com que se identificasse.
Entretanto, fez carreira como modelo e foi tentando dar o salto para a apresentação. Aos 26 anos, começou (no serão de terça-feira, depois das 24 horas) a apresentar o "Carlsberg Cup, o magazine", na SIC, programa sobre a Taça da Liga.
Sempre quis ser apresentadora?
É um sonho antigo. Há muito tempo que queria ser apresentadora. Fiz alguns cursos de preparação, entre eles um de técnicas de comunicação oral no Cenjor. É preciso formação em qualquer área.
Andava a dizer, sempre que podia, que queria apresentar um programa...
Isso tem de ser feito. Esse é o trabalho que também temos de fazer por nós próprios. É preciso fazer promoção. Fiz vários "castings" para programas. É uma área que sempre me cativou, em que sempre sonhei trabalhar. Depois, com o meu site, fui preparando a comunicação com as pessoas.
A sua página na Internet tem-na ajudado a comunicar melhor, é isso?
Tem. Como em tudo na vida, quando mais se treinar, melhor. E é isso que tenho feito. Ainda estou no começo. Mas quero trabalhar mais e mais para melhorar.
Da aprendizagem que tem feito, o que destaca? Ser apresentador é muito diferente do que se imagina?
Pensa-se sempre que é fácil. Quem está de fora pensa sempre que não custa nada. É como no futebol, achamos sempre impossível que o jogador tenha falhado, mas quem está dentro das quatro linhas é que sabe. E às vezes também se pensa que se tem jeito e não se tem. Há particularidades. Depois, vemos que na prática não encaixa: podemos não gostar de ver a nossa imagem na câmara, ou a forma como debitamos o texto. Há quem pense que o pode fazer bem feito, mas, quando chega a hora, não o faz.
Apresentar também tem as suas armadilhas.
Tem. Desde que comecei a apresentar percebi isso. Estou curiosa para ver a minha prestação, para, depois, a poder melhorar.
A uma apresentadora são-lhe permitido tiques?
Os tiques não podem é ser perceptíveis e interferir no trabalho. Mas tiques toda a gente tem. Mesmo os pivôs de informação. O José Rodrigues dos Santos, por exemplo, está sempre a mexer na caneta. Estes não devem é interferir na passagem de informação e na captação do espectador.
Ou seja, um bom apresentador é o que sabe prender o público?
Sim, claro. Importa que as pessoas gostem e fiquem ali. No meu caso, que quem goste de futebol fique preso ao programa.
Foi a Miss Playboy portuguesa. A primeira, aliás. Não consegue livrar-se desse carimbo?
Costumo questionar-me a esse propósito. Será que vou ser sempre vista como a Miss Playboy que se tornou apresentadora ou, de repente, passarão a falar da apresentadora que foi modelo?
Mas que a marcou, marcou.
Sim, marcou. Tal como a Ana Maria Lucas é a eterna Miss Portugal. Mas eu já disse várias vezes que foi uma experiência do passado, que teve aspectos bons e maus ao mesmo tempo.
O que é que correu mal? Saiu defraudada?
Como em tudo na vida, há sempre dois lados. Mas, sim, houve aspectos com os quais não me identifiquei. Representei o meu país e depois afastei-me. Aquele não era o meu registo. Felizmente que consegui, entretanto, construir uma carreira, que está a dar frutos. Sempre quis ser manequim, fiz o curso aos 14 anos, comecei devagarinho. Depois tive uma grande projecção mediática, aos 19 anos, quando fui a primeira Miss Playboy portuguesa. Mas a luta continuou. Já fiz dobragens, cinema...
O que fez no cinema?
"Sorte nula", em 2004. A minha actividade principal sempre foi a de modelo. Mas já há muito tempo que dizia que queria apresentar em televisão. Já pedia há muito tempo uma a oportunidade como esta.
Esteve para ser a parceira do Herman José no regresso de "A roda da sorte", não foi?
O projecto era muito aliciante e eu era uma das candidatas. Fiz o "casting", mas não fui aceite. Trabalhar com o Herman seria começar em grande, obviamente. Tenho feito muitos "castings", Mas não me agarro às coisas más... Estou agora num magazine de futebol.
Gosta de futebol?
Gosto muito.
Qual é o seu clube?
Sou do Sporting, mas enquanto apresento o programa não tenho clube, claro.
Mas é uma entendida?
Sei de algumas coisas, mas não serei propriamente uma entendida.
Vai ter sobretudo um público masculino a vê-la. Isso faz diferença?
A ideia é também mostrar que o programa não é só para homens. Já deixou de ser. Vai haver muitas mulheres a vê-lo. E depois também tenho muitas mulheres que me apreciam, basta ver o site. Comunico com muitos homens, mas também com mulheres. E com estas estabeleço relações mais duradouras.
O site permite-lhe angariar fãs?
É verdade, muitos deles vão agora ver-me na televisão e estarei atenta às sugestões e críticas que me possam fazer.
No passado, teve uma má experiência com a Internet, imagens suas íntimas circularam sem a sua autorização. Como ficou esse caso?
Ficou muita coisa por resolver… Mas preferia não falar no assunto.
Como é o contrato com a SIC?
Para já, para um programa que começa em Janeiro e acaba em Março. Vamos ver se continua ou não. Sei que esta é a minha oportunidade. Vou dedicar-me e dar o meu melhor.
Isto é um ponto de chegada?
Sem dúvida, batalhei muito para chegar aqui.
fonte: JN

Comentários