Afinal Salazar não caiu de uma cadeira de madeira, lona, ou qualquer outro material, no terraço do Forte de Santo António, no Estoril, em Julho de 1968. O ditador que governou Portugal durante mais de 40 anos "caiu na banheira, sendo essa cena que faz arrancar a minissérie", conta ao DN Jorge Queiroga, realizador de A Vida Privada de Salazar, que a SIC estreia hoje, às 21.40.
Explicando tratar-se da reconstituição de um facto real e não de uma cena ficcionada, Jorge Queiroga revela que a mesma se deve ao trabalho de pesquisa da dupla Pedro Marta Santos e António Costa Santos. Além de muita pesquisa cruzada, baseámo-nos no relato de uma pessoa, ainda hoje viva, que assistiu a tudo e que acompanhou Salazar da casa de banho até à cama, mas que pediu para não ser revelada, o que nós respeitámos", conta o realizador.
É pois nesta fase de doença e debilidade que Salazar, 79 anos, da minissérie da SIC, faz uma analepse à sua vida, sobretudo amorosa. Felismina, Julinha, Maria Emília, Hermínia, Christine Garnier, Carolina e a sempre fiel governante dona Maria aparecem desde cedo para revelar uma vida secreta, uma vida de paixões e menos austera e casta quanto se pensava."Filmámos na casa de banho onde tudo realmente se passou", revelou ainda Jorge Queiroga, acrescentando que a secretária, a sala, o telefone era aquele que Salazar usou. Esta minissérie de dois episódios de 90 minutos cada (o 2.º passa amanhã à noite), à qual se seguirá um filme, em Abril, é produzido por Manuel S. Fonseca, da VC Filmes. Para a SIC representa o investimento numa estratégia de "criar eventos televisivos relevantes".
A série termina com Salazar a afastar-se numa praia, deixando as botas em primeiro plano. Na vida real, na sequência da queda foi operado (Setembro de 1968), para extracção de um hematoma, vindo a morrer dois anos depois.
fonte: DN
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