"A Vida Privada de Salazar em horário nobre"

"O Salazar que os portugueses conhecem lutou sempre contra a emancipação da mulher, mas elas nunca pararam de se juntar à sua volta", diz Christine Garnier, a jornalista francesa que escreveu o livro Férias com Salazar e que, através da interpretação da actriz luso-belga Helena Noguerra, ajuda a revelar A Vida Privada de Salazar. Além desta paixão, no Verão de 1951, a minissérie de dois episódios que a SIC se prepara para exibir domingo e segunda-feira(dias 8 e 9), em horário nobre, revela várias outras paixões do homem que liderou Portugal durante cerca de 40 anos. Projectada e produzida pela VC Filmes, esta minissérie de 180 minutos revela as diferentes tramas amorosas protagonizadas por Felismina, a amiga das irmãs de Salazar e o seu primeiro grande amor. Segue-se Julinha, a filha dos padrinhos de Salazar que não assume o seu amor contra a vontade dos pais.Mas enquanto o relato dos seus amores prossegue na trama vão aparecendo outros protagonistas importantes, na maioria seus amigos: o cardeal Cerejeira (Filipe Vargas), o engenheiro Duarte Pacheco (António Melo) ou Mário de Figueiredo (João Lagarto).É justamente através de Duarte Pacheco que Salazar conhece Maria Emília e se encanta por ela. Mas é com Carolina que estaria disposto de abdicar de tudo, não fosse a intriga que deu conta de um alegado aproveitamento político de Salazar neste relacionamento. Determinado, o ditador termina tudo. Só, mas sempre com dona Maria, vai envelhecendo. Depois de ditar uma série de decisões sobre várias pessoas do Estado, Salazar desabafa ao amigo Mário Figueiredo: "Prefiro que me temam do que me amem, governa-se melhor no temor", uma frase que caracteriza bem o seu regime, sempre presente numa série onde várias mulheres traçam também um retrato da identidade feminina desde os anos 20 à década de 50 do século passado.
Realizada por Jorge Queiroga e produzido por Manuel S. Fonseca, a série que terá filme em Abril, tem argumento de Pedro Marta Santos/ António Costa Santos. Sobre A Vida Privada de Salazar, Nuno Santos, director de Programas da SIC, defendeu a sua convicção de poder liderar nesses dias, crença também de Manuel S. Fonseca.
fonte: DN

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