Vida Privada de Salazar neste domingo e segunda

É um retrato ousado e muito ficcionado do homem que governou Portugal durante mais de 40 anos aquele que se mostra em ‘A Vida Privada de Salazar’. A minissérie, de dois episódios, é exibida dias 8 e 9 em horário nobre na SIC e tem produção da Valentim de Carvalho Filmes, a mesma que assina ‘Amália’ para a RTP 1.
Diogo Morgado, que assume o papel de António de Oliveira Salazar, contou ao CM que se sentiu assustado ao receber o convite. Mas após alguma pesquisa ficou com a ideia de estar a interpretar "uma figura austera e um homem que, como tal, tinha atracção pelo sexo e pelo sexo oposto. É natural, é algo orgânico." Na ficção, Salazar é retratado como um homem contido, mas sedutor com as mulheres. E são várias as amantes que passam na sua vida, entre amores platónicos e paixões mais carnais. São elas a jovem Felismina, amiga das irmãs, Julinha, a filha dos padrinhos fidalgos de Salazar, Maria Emília Vieira, a astróloga excêntrica, Hermínia, mulher rústica e atrevida, Carolina, a aristocrata, Dona Maria, a eterna governanta, e Christine, a jornalista francesa cujo livro ‘Férias com Salazar’ serviu de inspiração a esta série.
Com realização de Jorge Queiroga, ‘A Vida Privada de Salazar’ tem uma imagem nitidamente comercial. As cenas da governação solitária são entrecortadas por outras mais eróticas, como aquelas em que Diogo Morgado contracena com Soraia Chaves. Manuel Fonseca, da Valentim de Carvalho Filmes, explica: "Tínhamos objectivos muito específicos, queríamos fazer ficção e rentabilizar o investimento. E pesquisámos muito. Recolhemos testemunhos directos de pessoas que privaram com Salazar, estudámos fontes documentais, cartas, e foi assim que recolhemos esta faceta, de um modelo de sexualidade masculina e do seu impacto em mulheres de condições sociais diferentes."
SÉRIE PARA LIDERAR AUDIÊNCIAS
Nuno Santos, director de Programas da SIC, defende que "Salazar é, ainda hoje, uma pessoa muito presente nas nossas vidas, no legado que deixou aos portugueses", daí a oportunidade de criar esta ficção ‘A Vida Privada de Salazar’. Já Manuel Fonseca, da Valentim de Carvalho Filmes, é mais ambicioso e garante: "Só nos sentiremos satisfeitos se, quando a minissérie for exibida, a SIC liderar de audiências." Sobre o investimento feito nesta ficção, que resume como "a relação de Salazar com cinco mulheres", o ex-director da SIC garante que "foi elevado", mas espera o "retorno em vendas no exterior".
UMA MULHER OUSADA E À FRENTE NO TEMPO
"Maria Emília Vieira era uma mulher ousada e muito à frente no seu tempo." É assim que Soraia Chaves caracteriza a personagem que interpreta em ‘A Vida Privada de Salazar’, uma "aventureira" que durante décadas traçou a carta astral de Salazar, ao mesmo tempo que o seduzia. Astróloga, boxeur, dançarina em cabarés exóticos, onde se pavoneava com uma cobra no pulso, e sedutora até com mulheres, esta figura era conhecida na Lisboa dos anos 30, 40, quando descia o Chiado a cavalo. Por se tratar de uma figura tão fascinante, a actriz não teve pudor em interpretar algumas das cenas mais ousadas da minissérie, que em Abril chegará também às salas de cinema. "Era uma figura fascinante", admitiu.
MAIS DADOS
CINCO APAIXONADAS

Soraia Chaves, Ana Padrão, Helena Nobre, Maria João Pinho e Catarina Wallenstein são as amantes mais carnais em ‘A Vida Privada de Salazar’.
CARACTERIZAÇÃO
Duas a três horas diárias era quanto demorava a caracterização de Diogo Morgado para assumir a figura de António de Oliveira Salazar já como estadista.
PRODUÇÃO
Seis meses de gravações, três meses de pós-produção e 38 actores foram investidos nesta produção. Além da minissérie em dois episódios, ‘A Vida Privada de Salazar’ chegará aos cinemas em Abril.
fonte: CM

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