"Camilo, o Presidente" marca o regresso de Camilo de Oliveira à SIC. Do actor, com 60 anos de carreira, diz-se que cativa tanto a criança como o sénior. Mas o jovem identificar-se-á? O JN quis saber se o humor escolhe idades.
O humorista Rui Unas acha que sim, por uma questão geracional. "Muita gente nova tem respeito pelo Camilo. Agora, que ri às gargalhadas com ele, já duvido". De igual modo, prossegue, "consigo imaginar uma pessoa mais velha a gostar do Bruno Aleixo (ver texto ao lado), mas tenho de me esforçar um bocadinho (risos)".
O sociólogo Albertino Gonçalves também encontra afinidades entre os estilos humorísticos e as idades. "Não vejo a juventude a mudar a sua rotina diária para ver programas como o de Camilo de Oliveira; vejo mais se for para ver o Gato Fedorento", exemplifica, sublinhando que "não há tipos de humor melhores e piores, nem mais fáceis e mais difíceis".
Mas os níveis de instrução também pesam e, em Portugal, "a democratização do ensino tem 30 anos", lembra o sociólogo. "As pessoas de idade são capazes de aderir mais ao humor de situação. Por exemplo, aos 'apanhados', que não têm grande elaboração. Os jovens preferem um humor mais trabalhado na forma, na linguagem, na personagem", explica. Daí o seu gosto pela transgressão, pelo "non sense".
Já João Moreira, que dá voz ao boneco Bruno Aleixo, entende que, se há tipos de humor específicos a atrair faixas etárias específicas, isso tem que ver com os costumes e a abertura à novidade. "Um humor que inove é mais depressa aceite pelos adolescentes e jovens adultos. As pessoas de meia idade aceitam-no, se lhes for servido pela televisão, mas não o procuram. E a maioria dos mais velhos tem dificuldade em aceitar novidades - no humor, como em tudo".
"Camilo, o Presidente", um original com textos de Filipe d'Aviz e Lourenço Henriques, começou a ser produzido esta semana. O actor veste a pele do presidente da Junta de Freguesia de Faneca de Cima, envolvido em constantes peripécias. Da sua boca, ao fim de cada episódio, sairá sempre a expressão-piropo: "Ah! Faneca".
Pedro Curto, da CBV Produções Televisivas, diz que Camilo de Oliveira chega a toda a gente, da criança ao sénior. O psicólogo Armando Afonso arrisca uma explicação: "É um humor mais simplista, popular. A mensagem passa quase directamente".
Herman José também deu o seu contributo para a matéria: "Eu diria que quem chora a rir com o 'Little Britain' (série de humor britânica) não corre para casa para ver o Camilo. Por outro lado, quem sabe avaliar a arte de bem representar, não pode deixar de se fascinar com a escola e a mestria do 'mestre' Camilo".
O humorista Rui Unas acha que sim, por uma questão geracional. "Muita gente nova tem respeito pelo Camilo. Agora, que ri às gargalhadas com ele, já duvido". De igual modo, prossegue, "consigo imaginar uma pessoa mais velha a gostar do Bruno Aleixo (ver texto ao lado), mas tenho de me esforçar um bocadinho (risos)".
O sociólogo Albertino Gonçalves também encontra afinidades entre os estilos humorísticos e as idades. "Não vejo a juventude a mudar a sua rotina diária para ver programas como o de Camilo de Oliveira; vejo mais se for para ver o Gato Fedorento", exemplifica, sublinhando que "não há tipos de humor melhores e piores, nem mais fáceis e mais difíceis".
Mas os níveis de instrução também pesam e, em Portugal, "a democratização do ensino tem 30 anos", lembra o sociólogo. "As pessoas de idade são capazes de aderir mais ao humor de situação. Por exemplo, aos 'apanhados', que não têm grande elaboração. Os jovens preferem um humor mais trabalhado na forma, na linguagem, na personagem", explica. Daí o seu gosto pela transgressão, pelo "non sense".
Já João Moreira, que dá voz ao boneco Bruno Aleixo, entende que, se há tipos de humor específicos a atrair faixas etárias específicas, isso tem que ver com os costumes e a abertura à novidade. "Um humor que inove é mais depressa aceite pelos adolescentes e jovens adultos. As pessoas de meia idade aceitam-no, se lhes for servido pela televisão, mas não o procuram. E a maioria dos mais velhos tem dificuldade em aceitar novidades - no humor, como em tudo".
"Camilo, o Presidente", um original com textos de Filipe d'Aviz e Lourenço Henriques, começou a ser produzido esta semana. O actor veste a pele do presidente da Junta de Freguesia de Faneca de Cima, envolvido em constantes peripécias. Da sua boca, ao fim de cada episódio, sairá sempre a expressão-piropo: "Ah! Faneca".
Pedro Curto, da CBV Produções Televisivas, diz que Camilo de Oliveira chega a toda a gente, da criança ao sénior. O psicólogo Armando Afonso arrisca uma explicação: "É um humor mais simplista, popular. A mensagem passa quase directamente".
Herman José também deu o seu contributo para a matéria: "Eu diria que quem chora a rir com o 'Little Britain' (série de humor britânica) não corre para casa para ver o Camilo. Por outro lado, quem sabe avaliar a arte de bem representar, não pode deixar de se fascinar com a escola e a mestria do 'mestre' Camilo".
fonte: site JN
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