A Grande Reportagem que a SIC transmite este domingo tem características que a tornam única.
Fruto da sua vivência pessoal, o jornalista Mário Augusto explica o que é a paralisia cerebral através de histórias vencedoras. Incluindo a da sua filha Rita.
Hoje, a partir das 21 horas, prepare-se para um trabalho jornalístico forte e emotivo sobre "um tema que não é assim tão pouco habitual: em cada ano, pelo menos 200 crianças nascem com paralisia cerebral, segundo estatísticas europeias", diz Mário Augusto.
A rodagem de "Até onde poderei sonhar" começou há cerca de um ano e meio, com o nascimento das duas gémeas de Fernanda, uma das protagonistas da reportagem. Fernanda tem 38 anos e conseguiu tudo aqui que sempre lhe disseram que não poderia alcançar. Tirou um curso superior; é engenheira informática; trabalha numa autarquia; é mãe de duas meninas saudáveis. Fernanda tem paralisia cerebral, uma nomenclatura infeliz para descrever uma disfunção neuro-motora, cuja gravidade é muito variável. No seu caso, não a impediu de realizar os seus sonhos.
"Queria que a reportagem ficasse no subconsciente das pessoas, para que, se tiverem um problema destes, mesmo que não seja na família, sintam que esta é uma forma diferente de lutar. Queria transformar esta reportagem numa mensagem completamente positiva" - diz Mário Augusto.
Para isso, mostra-nos também o caso de uma Rita de 24 anos que está a fazer um mestrado na área de Argumentismo e Televisão e que publicará este ano o seu primeiro livro. Também ficaremos a conhecer a Ritinha, de 9 anos, que aprende, desde cedo, contrariar as suas limitações. A Rita que dá origem a este trabalho é a filha do jornalista.
Aqui "não há uma exposição gratuita da Rita", porque esta menina - que quer ser fisioterapeuta ou jornalista para poder "ajudar as pessoas" - tem um papel especial: começa já a ensaiar os primeiros passos no jornalismo televisivo. "Foi muito bom", conta a pequena pivot. "Aprendi que posso ter uma vida normal".
Há nove anos Mário Augusto e a mulher, Paula, receberam a notícia de que a sua bebé tinha uma lesão neuro-motora irreversível. A experiência que têm vivido levou o jornalista a querer "alertar para o problema". Mas o problema não se resume à "barreira física". Ele é agravado pela "indiferença da sociedade, pelo desconhecimento sobre a patologia e pela burocracia", aponta o jornalista.
"O grande problema é a sociedade: há uma indiferença egoísta em relação à diferença. Essa incapacidade de sentir os problemas de saúde dos outros reflecte-se em coisas tão simples como um autarca não preparar as ruas para que um deficiente possa deslocar-se melhor", diz o repórter.
Paula e Mário viram a sua filha ser recusada num infantário e numa escola primária, sob argumentos como este: "A nossa escola tem alunos muito bons e isso poderá trazer problemas colaterais, como afectar a posição no ranking", lembra Paula.
A insuficiência de apoios e, sobretudo, o seu "desenquadramento da realidade", explica a mãe de Rita, são outras batalhas desta "guerra surda". Paula aponta o exemplo de um aparelho que havia sido prescrito à Rita quando ela tinha dois anos e que apenas chegou aos quatro anos. "Entretanto, ela tinha crescido..."
Explicando também que a causa mais frequente de paralisia cerebral passa pela anoxia do parto, e que cada caso é único, esta reportagem quer demonstrar por que "nunca se deve desistir". Mário cita Fernanda: "As pessoas podem levar um dia a chegar a Roma. Eu posso levar mais tempo, mas chegarei também".
Este trabalho marca ainda o final - "pelo menos por uns tempos" - do trabalho de Mário Augusto como jornalista da SIC. O entrevistador de estrelas de cinema irá apostar mais no programa "35mm", que será refrescado a partir de Setembro.
Fruto da sua vivência pessoal, o jornalista Mário Augusto explica o que é a paralisia cerebral através de histórias vencedoras. Incluindo a da sua filha Rita.
Hoje, a partir das 21 horas, prepare-se para um trabalho jornalístico forte e emotivo sobre "um tema que não é assim tão pouco habitual: em cada ano, pelo menos 200 crianças nascem com paralisia cerebral, segundo estatísticas europeias", diz Mário Augusto.
A rodagem de "Até onde poderei sonhar" começou há cerca de um ano e meio, com o nascimento das duas gémeas de Fernanda, uma das protagonistas da reportagem. Fernanda tem 38 anos e conseguiu tudo aqui que sempre lhe disseram que não poderia alcançar. Tirou um curso superior; é engenheira informática; trabalha numa autarquia; é mãe de duas meninas saudáveis. Fernanda tem paralisia cerebral, uma nomenclatura infeliz para descrever uma disfunção neuro-motora, cuja gravidade é muito variável. No seu caso, não a impediu de realizar os seus sonhos.
"Queria que a reportagem ficasse no subconsciente das pessoas, para que, se tiverem um problema destes, mesmo que não seja na família, sintam que esta é uma forma diferente de lutar. Queria transformar esta reportagem numa mensagem completamente positiva" - diz Mário Augusto.
Para isso, mostra-nos também o caso de uma Rita de 24 anos que está a fazer um mestrado na área de Argumentismo e Televisão e que publicará este ano o seu primeiro livro. Também ficaremos a conhecer a Ritinha, de 9 anos, que aprende, desde cedo, contrariar as suas limitações. A Rita que dá origem a este trabalho é a filha do jornalista.
Aqui "não há uma exposição gratuita da Rita", porque esta menina - que quer ser fisioterapeuta ou jornalista para poder "ajudar as pessoas" - tem um papel especial: começa já a ensaiar os primeiros passos no jornalismo televisivo. "Foi muito bom", conta a pequena pivot. "Aprendi que posso ter uma vida normal".
Há nove anos Mário Augusto e a mulher, Paula, receberam a notícia de que a sua bebé tinha uma lesão neuro-motora irreversível. A experiência que têm vivido levou o jornalista a querer "alertar para o problema". Mas o problema não se resume à "barreira física". Ele é agravado pela "indiferença da sociedade, pelo desconhecimento sobre a patologia e pela burocracia", aponta o jornalista.
"O grande problema é a sociedade: há uma indiferença egoísta em relação à diferença. Essa incapacidade de sentir os problemas de saúde dos outros reflecte-se em coisas tão simples como um autarca não preparar as ruas para que um deficiente possa deslocar-se melhor", diz o repórter.
Paula e Mário viram a sua filha ser recusada num infantário e numa escola primária, sob argumentos como este: "A nossa escola tem alunos muito bons e isso poderá trazer problemas colaterais, como afectar a posição no ranking", lembra Paula.
A insuficiência de apoios e, sobretudo, o seu "desenquadramento da realidade", explica a mãe de Rita, são outras batalhas desta "guerra surda". Paula aponta o exemplo de um aparelho que havia sido prescrito à Rita quando ela tinha dois anos e que apenas chegou aos quatro anos. "Entretanto, ela tinha crescido..."
Explicando também que a causa mais frequente de paralisia cerebral passa pela anoxia do parto, e que cada caso é único, esta reportagem quer demonstrar por que "nunca se deve desistir". Mário cita Fernanda: "As pessoas podem levar um dia a chegar a Roma. Eu posso levar mais tempo, mas chegarei também".
Este trabalho marca ainda o final - "pelo menos por uns tempos" - do trabalho de Mário Augusto como jornalista da SIC. O entrevistador de estrelas de cinema irá apostar mais no programa "35mm", que será refrescado a partir de Setembro.
Comentários
Tenho a certeza que dignificou a pessoa com paralisia cerebral e a tratou como um cidadão responsável, sem preconceitos.
Para as Ritas:
"Um homem sem amor, vale pouco;
Um homem sem coragem, vale muito pouco;
Um homem sem vontade, não vale nada".
Desconheço o autor,mas para tanta determinação,só consigo dizer isto.