Ongoing quer controlar SIC [Impresa]

Aproveitou-se a apresentação de José Eduardo Moniz como vice-presidente da Ongoing Media para esclarecer que a prioridade do grupo é comprar a Impresa e não a Media Capital. O trunfo para seduzir Balsemão chama-se Moniz.
"Damos prioridade às posições onde estamos presentes", disse, ontem, Nuno Vasconcellos, presidente da Ongoing Media, proprietária do Diário Económico. Este grupo detém 23.5% da Impresa (SIC). Rafael Mora, o número dois da Ongoing, de nacionalidade espanhola, reiterou a ideia, recorrendo à metáfora do namoro para exemplificar o ponto da situação dos negócios. "Com a Media Capital houve conversas informais, saímos para tomar um copo, não houve namoro, não nos obriguem a casar já", explicou. "Com a Impresa já namorámos; ela é a nossa primeira prioridade".
Mostrando-se paciente em relação a uma resposta afirmativa da parte de Francisco Pinto Balsemão, o presidente da Impresa;o vice-presidente da Ongoing referiu que não é imperioso adquirir uma posição maioritária no grupo. Basta-lhes 30%, desde que o acordo tácito pressuponha poder de decisão. "Queremos partilhar a gestão". A atitude diante do desejado poder na televisão revelou-se ontem menos exigente do que a expressa na semana passada. O objectivo: levar Balsemão a ponderar a possibilidade de delegar o comando. Numa proposta inicial, sobraria a Balsemão o cargo de administrador não executivo na empresa que fundou. Recorde-se que o presidente da SIC comunicou não estar disposto a alterar a sua posição. Ontem, Rafael Mora falava que não tinha pressa e que nem sequer foi estabelecido um prazo para se passar ao plano B - a negociação com a Prisa.
Para Nuno Vasconcellos, presidente da Ongoing, o negócio com a Impresa não trava um futuro acordo com a Media Capital. "Não estamos em conversações com a Prisa, mas estamos abertos à sua retoma", declarou. De qualquer modo, se houver evolução neste sentido, a Ongoing irá desfazer-se na participação da SIC. Ontem, a tónica do seu discurso foi outra: a aposta na lusofonia, no Brasil e nos países africanos. "Esperamos inovar para que Portugal seja um pólo de desenvolvimento da língua portuguesa". Foi neste feixe de coordenadas que introduziu a contratação de José Eduardo Moniz, a quem reconhece a qualidade de "trunfo para qualquer grupo de média".Sobre um eventual acordo prévio com a PT, anterior interessado na TVI, Vasconcellos admite a criação de sinergias, mas não mais do que isso. " Não acredito que os grupos de telecomunicações criem conteúdos".
fonte: JN

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