Afastados da televisão há meses, os humoristas regressam hoje à antena da SIC (21.25) com 'Gato Fedorento Esmiúça os Sufrágios', um programa que visa analisar tudo o que anima as eleições, desde os políticos a jornalistas. A parte mais esperada é a das entrevistas aos candidatos e protagonistas políticos, que verão o seu sentido de humor ser testado
"A nossa vida vai ser passada aqui nesta sala, à frente de quatro computadores, sem graça nenhuma, a entrar às 08.00 ou 09.00 da manhã e a fazer o programa até ser altura de o apresentar. Portanto, o problema neste trabalho é sermos ao mesmo tempo guionistas e apresentadores. Enquanto o apresentador está fresquinho, pega no texto e vai apresentá-lo, connosco, em vez de estarmos fresquinhos, estamos com oito ou nove horas em cima - Espero que isto humedeça os olhos dos leitores com lágrimas!", confessava ontem ao DN Ricardo Araújo Pereira (RAP), junto dos colegas Zé Diogo Quintela, Tiago Dores e Miguel Góis, em véspera da estreia do Gato Fedorento Esmiúça os Sufrágios.
Este é o programa que marca o regresso do grupo de humoristas ao ecrã da SIC (21.25), e que tem como missão esmiuçar os sufrágios - que é o mesmo que dizer analisar sem os habituais "cromos" ou caricaturas as eleições que se aproximam (legislativas, dia 27 deste mês, e autárquicas, dia 11 de Outubro). O programa, de 25 minutos, é inspirado no norte-americano Daily Show e será feito em directo, prolongando-se até dia 23.
Todos os dias haverá um convidado, lista de que constam, além dos candidatos a estas eleições, nomes como os de Marcelo Rebelo de Sousa, Manuel Alegre, Maria José Nogueira Pinto ou Manuel Pinho.
"Queremos que o programa, até pela falta de assunto, seja de sátira política e de sátira jornalística. Além de observarmos o modo como a campanha eleitoral decorre, também observamos como a campanha eleitoral é coberta pelos jornalistas", explica RAP, acrescentando que isso é mais difícil, porque nos EUA o Jon Stewart usa imagens de outras estações, enquanto na SIC nos estão vedadas.
Segundo o humorista, em tom de brincadeira, este é um dos muitos "constrangimentos do programa", a juntar ao receio do directo e questões que lhe são inerentes, como o uso do teleponto ou auricular com indicações constantes.
"Posso fazer um resumozinho do desastre?", questiona RAP, para logo responder: "Trata-se de fazer um programa diário, que nunca fizemos, em directo, que raramente fizemos ("duas vezes", ajuda Miguel Góis), a entrevistar, que quase nunca fizemos, a escrever no próprio dia, um programa só sobre política, o que nunca fizemos!" Em suma, reforça, "são quatro pessoas que escrevem 25 minutos de televisão por dia, no próprio dia. E isto tem todas as condições para ser desastroso!".
Mesmo sendo ajudados por uma equipa de jornalistas? "Temos uma equipa que também nunca fez isto. E os jornalistas não escrevem textos humorísticos, fazem a pesquisa que pedimos, pesquisa por eles, mas não fazem isto, e num estúdio", diz.
Quando se fala na entrevista, cerca de oito minutos, o discurso mantém-se. "Nunca nenhum de nós fez. Controlar em directo o tom das perguntas, a relação com o convidado, é o nosso principal problema", defende Miguel Góis.
Mas então de quem foi a ideia? Vossa? Tiago Dores responde de imediato: "Não. Vamos lá a ver... se correr bem, a ideia foi nossa; se for o desastre, como se está aqui a vaticinar... a ideia foi de Luís Marques (director-geral da SIC) e Nuno Santos (director de Programas) [risos]."
"Nunca nos iríamos lembrar disto. Aliás, o que propusemos há cerca de dois meses foi completamente diferente. Até que nos disseram 'sim, sim, isso é muito giro, mas o que queremos é exactamente o contrário disso'", recorda RAP.
O humorista aproveita para acrescentar que "um programa nestes moldes, diário, só é possível num momento em que há duas eleições no espaço de 15 dias. Ou seja, fazer um programa destes só é possível numa altura destas, mas mesmo assim não tenho a certeza absoluta de que seja possível".
"A nossa vida vai ser passada aqui nesta sala, à frente de quatro computadores, sem graça nenhuma, a entrar às 08.00 ou 09.00 da manhã e a fazer o programa até ser altura de o apresentar. Portanto, o problema neste trabalho é sermos ao mesmo tempo guionistas e apresentadores. Enquanto o apresentador está fresquinho, pega no texto e vai apresentá-lo, connosco, em vez de estarmos fresquinhos, estamos com oito ou nove horas em cima - Espero que isto humedeça os olhos dos leitores com lágrimas!", confessava ontem ao DN Ricardo Araújo Pereira (RAP), junto dos colegas Zé Diogo Quintela, Tiago Dores e Miguel Góis, em véspera da estreia do Gato Fedorento Esmiúça os Sufrágios.
Este é o programa que marca o regresso do grupo de humoristas ao ecrã da SIC (21.25), e que tem como missão esmiuçar os sufrágios - que é o mesmo que dizer analisar sem os habituais "cromos" ou caricaturas as eleições que se aproximam (legislativas, dia 27 deste mês, e autárquicas, dia 11 de Outubro). O programa, de 25 minutos, é inspirado no norte-americano Daily Show e será feito em directo, prolongando-se até dia 23.
Todos os dias haverá um convidado, lista de que constam, além dos candidatos a estas eleições, nomes como os de Marcelo Rebelo de Sousa, Manuel Alegre, Maria José Nogueira Pinto ou Manuel Pinho.
"Queremos que o programa, até pela falta de assunto, seja de sátira política e de sátira jornalística. Além de observarmos o modo como a campanha eleitoral decorre, também observamos como a campanha eleitoral é coberta pelos jornalistas", explica RAP, acrescentando que isso é mais difícil, porque nos EUA o Jon Stewart usa imagens de outras estações, enquanto na SIC nos estão vedadas.
Segundo o humorista, em tom de brincadeira, este é um dos muitos "constrangimentos do programa", a juntar ao receio do directo e questões que lhe são inerentes, como o uso do teleponto ou auricular com indicações constantes.
"Posso fazer um resumozinho do desastre?", questiona RAP, para logo responder: "Trata-se de fazer um programa diário, que nunca fizemos, em directo, que raramente fizemos ("duas vezes", ajuda Miguel Góis), a entrevistar, que quase nunca fizemos, a escrever no próprio dia, um programa só sobre política, o que nunca fizemos!" Em suma, reforça, "são quatro pessoas que escrevem 25 minutos de televisão por dia, no próprio dia. E isto tem todas as condições para ser desastroso!".
Mesmo sendo ajudados por uma equipa de jornalistas? "Temos uma equipa que também nunca fez isto. E os jornalistas não escrevem textos humorísticos, fazem a pesquisa que pedimos, pesquisa por eles, mas não fazem isto, e num estúdio", diz.
Quando se fala na entrevista, cerca de oito minutos, o discurso mantém-se. "Nunca nenhum de nós fez. Controlar em directo o tom das perguntas, a relação com o convidado, é o nosso principal problema", defende Miguel Góis.
Mas então de quem foi a ideia? Vossa? Tiago Dores responde de imediato: "Não. Vamos lá a ver... se correr bem, a ideia foi nossa; se for o desastre, como se está aqui a vaticinar... a ideia foi de Luís Marques (director-geral da SIC) e Nuno Santos (director de Programas) [risos]."
"Nunca nos iríamos lembrar disto. Aliás, o que propusemos há cerca de dois meses foi completamente diferente. Até que nos disseram 'sim, sim, isso é muito giro, mas o que queremos é exactamente o contrário disso'", recorda RAP.
O humorista aproveita para acrescentar que "um programa nestes moldes, diário, só é possível num momento em que há duas eleições no espaço de 15 dias. Ou seja, fazer um programa destes só é possível numa altura destas, mas mesmo assim não tenho a certeza absoluta de que seja possível".
fonte: site DN
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