Mais uma vitória que já cá canta dirá Paulo Portas. O programa de análise política (humorística) Gato Fedorento Esmiúça os Sufrágios, na SIC, em que o líder do CDS-PP foi entrevistado foi o mais visto até ontem. Segundo dados da Marktest, 1,933 milhões de pessoas viram o "Paulinho das feiras", o correspondente a uma audiência média 20,4%. Coladinho a si (diferença de 13 mil pessoas) esteve Manuela Ferreira Leite, líder do PSD, vista por 1,920 milhões de telespectadores (20,3%). Apesar de ser novidade, o programa de estreia com José Sócrates como entrevistado central não foi além do 8.º lugar com uma audiência média de 14,2% (1,346 milhões de pessoas). À sua frente ficaram os programas dos entrevistados: Francisco Louçã, líder do Bloco de Esquerda (1,685 milhões de pessoas); Paulo Rangel, eurodeputado do PSD (1,492 milhões); Joana Amaral Dias, BE (1,440 milhões); Mário Soares (1,426 milhões) e Luís Marques Mendes, antigo líder do PSD (1,359 milhões). O programa mais visto da SIC nestes quase dois meses pôs o país a falar sobre política, eleições (legislativas e autárquicas), propostas, ideias, mas acima de tudo... humanizou os políticos, segundo as muitas análises que foram feitas, quer na blogosfera ou nos meios de comunicação social, estes também esmiuçados pelo grupo de humoristas.
Ao DN, os também "populares comediantes", "ilustres bobos" ou "sátiros" Zé Diogo Quintela, Miguel Góis, Tiago Dores e Ricardo Araújo Pereira, escusando-se fazer distinções entre convidados, destacam: "houve duas dificuldades principais, uma que já esperávamos, e outra com a qual não contávamos. A primeira é o facto de ser um programa diário que é escrito e apresentado por apenas quatro pessoas. Basta estar com atenção à ficha técnica, por exemplo, do Daily Show [apresentado por Jon Stewart] para perceber que o que nós fizemos foi uma tentativa de suicídio em directo. Em relação às entrevistas, além de sermos nós a escolher os convidados e a escrevermos as perguntas, houve um período inicial em que tivemos que ter algumas reuniões com assessores de alguns convidados para lhes explicar o conceito e o tom das entrevistas que pretendíamos fazer: eminentemente políticas, num estilo provocatório, sem referências a curiosidades sobre a vida privada dos convidados, e sem personagens a entrar para fazerem uma rábula ao vivo. Depois de alguns episódios irem para o ar, deixou de ser preciso fazer essas reuniões, uma vez que passou a ser claro qual era o tom do programa". A segunda dificuldade, acrescenta o grupo, "foi a escassez de acontecimentos políticos, sobretudo nas duas semanas a seguir às eleições autárquicas".
Relativamente a recusas, os Gato Fedorento, que preferem não revelar nomes, respondem que "felizmente, foram muito mais as personalidades que aceitaram o convite do que as que recusaram. Ao todo, terão sido uma dúzia de recusas, mas todas elas comunicadas de forma muito simpática. A razão mais apresentada foi a dificuldade perante um registo humorístico". Quanto ao futuro? Agora vão de férias, enquanto do lado da SIC, Nuno Santos, define este programa como o "acontecimento televisivo do ano". Quanto a novos projectos responde que o timing está do lado dos Gato Fedorento.
fonte: site DN
Comentários