História de amor para quebrar barreiras

"Pedia a todos que se levantassem e uma grande salva de palmas." A plateia, apanhada de surpresa, segue as indicações do actor João Ricardo. E assim que começam as palmas, com um sorriso rasgado, exibe bem alto uma réplica de uma estatueta de um óscar. Assumindo o papel de quem acabou de ser galardoado, de voz embargada e olhos húmidos, o actor começa o discurso de agradecimento. Uma nota de boa disposição, protagonizada por João Ricardo, ontem, na apresentação da novela da SIC que se estreia no próximo sábado.
Nas palavras de Pedro Lopes, autor de Perfeito Coração, "esta é uma grande história de amor, tal como sempre quis contar". "Acho que as novelas devem fazer sonhar", acrescenta Pedro Lopes, que pela primeira vez assina um argumento, depois de já ter coordenado Doce Fugitiva e Morangos com Açúcar. Por isso, não hesita em afirmar que "é um sonho tornado realidade". Quanto à história, explica que foi dada grande importância à construção de todas as personagens. "Para além do percurso dos protagonistas, todas as outras personagens vão evoluindo na relação que se estabelece entre os vários núcleos em que assenta o enredo", afirma.
Ricardo Pereira e Sandra Barata Belo, que trabalharam juntos no filme Amália, protagonizam a grande história de amor impossível de Pedro Cardoso e Leonor Bettencourt. Conhecem-se no meio de uma manifestação, na véspera da partida de Pedro para Berna, na Suíça, onde ficará durante um ano a fazer um estágio de arquitectura. Leonor, filha de um banqueiro, deixa tudo para trás e parte em busca de Pedro. "Mas a bolha de felicidade que vivem em Berna rebenta com o regresso a Portugal", explica Pedro Lopes. Sem querer adiantar o desfecho, até porque a telenovela ainda nem está toda escrita, o par romântico deixa uma nota de optimismo: "O amor quebra todas as barreiras."
Perfeito Coração aborda alguns temas fracturantes da sociedade actual: a vida dupla de Guilherme Roriz (João Ricardo), que tem duas famílias; a deficiência motora de Gonçalo (José Fidalgo) e a infertilidade do casal Bento e Dina Viegas (Pêpê Rapazote e Fátima Belo).
Nesta estreia no mundo das novelas, Sandra Barata Belo confessa que, apesar dos cinco meses de trabalho, "ainda [me] faz confusão a carga horária, o tempo que temos para fazer as cenas e a repetição, necessária nas telenovelas mas não nos filmes".
Ricardo Pereira é mais exuberante: "Os textos são estrondosos, os diálogos conseguem transmitir a realidade, o que é crucial para o público se identificar com a história." A novela vai ser exibida aos fins-de-semana, uma opção justificada por Nuno Santos como "o que faz mais sentido no actual panorama televisivo nacional".
fonte & foto: site DN

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