Ainda está longe de assentar a poeira gerada pela Grande Reportagem da SIC denominada por "A Febre do Poker". Pela primeira vez esta modalidade mereceu honras de "prime time" televisivo em Portugal, mas os resultados frustraram por completo as expetativas de quem acreditava que a complexidade do jogo, e o caráter apaixonante da sua faceta psicológica, estariam no cerne da abordagem.
Embora nenhuma vertente possa ser tabu quando um jornalista avança, com profissionalismo, para a exploração de uma tema que entende ser premente, misturar o fenómeno mundial do Texas Hold'em com atentados à bolsa dos incautos como o vetusto Vídeo Poker é algo que não lembraria ao diabo. Por muito que a ditadura das audiências seja impiedosa, massacrar a tecla do "vício", e até da "ilegalidade", sem ir ao fundo da questão, não me parece que tenha servido para elucidar a opinião pública.
O que facilmente se percebe é que não há "jogo bom", se for realizado em Casino, ou "jogo mau" se acontecer na internet ou em casa de amigos, dado que na perspetiva do "jogador", aquele que hipocritamente alguns dizem querer defender, os riscos são exactamente os mesmos. Só os interesses dos monopólios é que mudam. Devem existir mecanismos de alerta, e de apoio psicológico para quem se deixar arrastar, seja qual for o motivo, para comportamentos patológicos. Porém, acima de tudo, é importante vincar que o sucesso no poker implica talento, "jeito para a coisa" como habitualmente se diz, mas também muito estudo e sacrifício, devendo ser consumidas muitas horas a ler livros, analisar artigos ou a dissecar vídeos. Só quem entende essa regra cardinal vai ter sucesso a médio/longo prazo.
O paralelismo com o que acontece no futebol é simples de traçar: até um craque de eleição como o Cristiano Ronaldo, antes de pensar em chegar ao Manchester United ou ao Real Madrid, teve de investir na sua carreira a partir dos 8 anos, percorrendo os escalões de formação sem queimar etapas para adquirir as ferramentas que lhe viriam a permitir, na altura própria, impor-se na elite competitiva. A dura realidade é que, mesmo com paixão e dedicação, só uma ínfima parte da base da pirâmide resiste até ao topo. Quem pensar que hoje acorda, faz o download da Pokerstars, e amanhã já vai derrotar o Daniel Negreanu numa "heads up battle" tem de facto um grave problema: mas de falta de inteligência.
fonte: site RECORD
Embora nenhuma vertente possa ser tabu quando um jornalista avança, com profissionalismo, para a exploração de uma tema que entende ser premente, misturar o fenómeno mundial do Texas Hold'em com atentados à bolsa dos incautos como o vetusto Vídeo Poker é algo que não lembraria ao diabo. Por muito que a ditadura das audiências seja impiedosa, massacrar a tecla do "vício", e até da "ilegalidade", sem ir ao fundo da questão, não me parece que tenha servido para elucidar a opinião pública.
O que facilmente se percebe é que não há "jogo bom", se for realizado em Casino, ou "jogo mau" se acontecer na internet ou em casa de amigos, dado que na perspetiva do "jogador", aquele que hipocritamente alguns dizem querer defender, os riscos são exactamente os mesmos. Só os interesses dos monopólios é que mudam. Devem existir mecanismos de alerta, e de apoio psicológico para quem se deixar arrastar, seja qual for o motivo, para comportamentos patológicos. Porém, acima de tudo, é importante vincar que o sucesso no poker implica talento, "jeito para a coisa" como habitualmente se diz, mas também muito estudo e sacrifício, devendo ser consumidas muitas horas a ler livros, analisar artigos ou a dissecar vídeos. Só quem entende essa regra cardinal vai ter sucesso a médio/longo prazo.
O paralelismo com o que acontece no futebol é simples de traçar: até um craque de eleição como o Cristiano Ronaldo, antes de pensar em chegar ao Manchester United ou ao Real Madrid, teve de investir na sua carreira a partir dos 8 anos, percorrendo os escalões de formação sem queimar etapas para adquirir as ferramentas que lhe viriam a permitir, na altura própria, impor-se na elite competitiva. A dura realidade é que, mesmo com paixão e dedicação, só uma ínfima parte da base da pirâmide resiste até ao topo. Quem pensar que hoje acorda, faz o download da Pokerstars, e amanhã já vai derrotar o Daniel Negreanu numa "heads up battle" tem de facto um grave problema: mas de falta de inteligência.
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