Andreia Vale em entrevista

Jornalista da SIC desdramatiza excesso de enfoque no futebol. No seu entender, os portugueses gostam mais da modalidade e é natural que esta tenha mais relevo.
É rosto bem familiar do público, sobretudo daquele que tem acesso à SIC Notícias, canal informativo em que é pivô. Andreia Vale acumula agora essas funções com a da apresentação do formato "Diário do Mundial", a propósito do campeonato de Futebol na África do Sul, que dá o pontapé de saída amanhã.
Aliás, em virtude do início da competição do desporto-rei, o conteúdo, também residente na antena da SIC, vai sofrer alterações a nível de horário. Na SIC Notícias, de segunda-feira a domingo, terá direito a quatro emissões, pelas 14, 16.45, 23 e 1 horas. Por sua vez, em sinal aberto, durante a semana irá para o ar às 18 e 00.30 horas, enquanto que aos sábados e domingos poderá ser visto logo após o "Jornal da Noite", bem como entre as 00 e a 1 horas.
Enquanto jornalista, apresentar um formato como "Diário do Mundial" é um desafio aliciante? Em que medida?
Estar a apresentar um qualquer formato que ainda não tenha apresentado em 10 anos de profissão é um desafio, por si só. Neste caso é mais aliciante por ser o Mundial de futebol e por ser uma área em que tradicionalmente as mulheres são uma presença pouco habitual.
Com o arranque da competição quais as mudanças que o conteúdo vai sofrer em termos de estrutura?
Vamos adequar o horário do Diário do Mundial e até a duração do programa ao calendário dos jogos e, para além de mim, também a Rosa Oliveira Pinto, o Paulo Garcia e o João Abreu estarão a dar cara pelas notícias do Mundial na antena da SIC e da SIC Notícias. Mantemos, no entanto, o essencial: um olhar sobre o Mundial que não fique só pela competição.
Este tipo de programas não será demasiado redundante? Que mais-valia acrescenta?
São uma resposta à procura de informação por parte dos espectadores. E trazem conteúdos diferentes dos que temos nos nossos noticiários, por exemplo temos vindo a exibir uma série de reportagens da TV Globo que mostram o Mundial visto pelos brasileiros.
Como entende o fenómeno do futebol no nosso país?
É normal. Faz parte da nossa identidade.
Considera que, de certa forma, se cai em exagero na importância que é concedida à modalidade?
Se é exagero ou não, não me cabe a mim avaliar. Sei que temos grandes atletas noutras modalidades e que Portugal consegue ter em competições estrangeiros muito bons resultados. Se em termos de cobertura mediática se podia dar mais importância a esses atletas e a essas modalidades? Sim, claro… mas a oferta também é feita com base na procura. Se os portugueses gostam mais de futebol é natural que seja o futebol a ter mais importância e por consequência mais visibilidade.
Acha que o jornalismo desportivo é menos rigoroso relativamente a outras áreas da profissão?
Não. Acho que o jornalismo tem de ser rigoroso, independentemente da área, pelo que há um Código Deontológico a cumprir e regras que têm de ser seguidas.
Conseguia imaginar-se apenas dedicada ao jornalismo sobre desporto?
A minha praia é o estúdio e como pivô tenho de me "dedicar" aos temas que forem precisos.
Portugal, em seu entender, tem hipóteses de chegar longe no Mundial?
Sou optimista, quero acreditar num bom resultado. Para já desejo que a selecção passe da fase de grupos para os oitavos de final.
De que forma reagiu aos assaltos que jornalistas portugueses sofreram esta semana na África do Sul?
Não é uma novidade de que o país, infelizmente, tem graves problemas de violência e criminalidade. O facto de ter acontecido este incidente com jornalistas portugueses acabou por nos tocar mais também. Mas o que há aqui a apontar é que ninguém se magoou e os danos materiais não são irreversíveis. Deve salientar-se o trabalho que está a ser feito pelas autoridades sul-africanas para evitar estes episódios e garantir a máxima segurança.
Gostaria de estar a cobrir jornalisticamente o evento?
Não sou jornalista desportiva, logo não faria sentido. Mas gostava de trabalhar na África do Sul.
JN

Comentários