Pacheco Pereira critica jornalista da SIC no "Ponto Contra Ponto"

Pacheco Pereira, no Ponto Contraponto da SIC Notícias, escolheu um trabalho realizado por uma jornalistas da SIC como exemplo de mau jornalismo. Teresa Canto Noronha, a jornalista em causa, escreveu um e-mail ao comentador a dar conta da sua indignação, e o Conselho de Redacção da estação de Carnaxide decidiu emitir um comunicado de solidariedade para com a jornalista.
A peça jornalística em causa foi transmitida durante a visita de Bento XVI a Portugal, em Maio, e caracterizava o Estado do Vaticano como uma monarquia absoluta. Essa classificação levou Pacheco Pereira a escolher esse trabalho jornalístico como um exemplo de "mau trabalho", no Ponto Contraponto de 16 de Maio. "Preconceito", "asneira" e "ignorância" são alguns dos adjectivos que utilizou para classificar a peça.
Com 22 anos de carreira, Teresa Canto Noronha mostrou a sua indignação através de um e-mail enviado a Pacheco Pereira e a que o DN teve acesso. A jornalista refere que a informação em causa "foi-me dada pelo próprio Estado do Vaticano, que, na sua página oficial, assim se descreve". E adianta: "Trabalhamos na mesma estação de televisão. O que esperava de si era que tivesse perguntado a alguém se a jornalista responsável pela peça percebe alguma coisa do tema ou, mais correcto ainda, tentar perceber se a informação dada é correcta ou não".
Pacheco Pereira voltou a abordar o assunto no programa de 18 de Julho refere que "a classificação do Vaticano como monarquia absoluta é absurda".
Face à situação, o Conselho de Redacção da SIC decidiu emitir um comunicado de solidariedade para com a jornalista, nota que salienta o facto de "a crítica ao trabalho jornalístico não poder ou não dever conter ou incluir expressões que firam a dignidade profissional e humana dos visados". O comunicado, de 30 de Julho, refere ainda concordância com a posição da direcção de informação da SIC "na sua posição de independência perante os programas de opinião".
Contactada pelo DN, Teresa Canto Noronha não quis adiantar mais pormenores, confirmando apenas que Pacheco Pereira não a contactou, de forma alguma, nem após o e-mail que lhe enviou nem depois do comunicado do Conselho de Redacção. António Cancela, do Conselho de Redacção, afirmou ao DN que, com a nota emitida, "e caso não haja mais nenhum desenvolvimento, damos o caso por encerrado". Pacheco Pereira não esteve disponível.

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