Na pele de protagonista de 'Laços de Sangue', Diogo Morgado recusa a imagem de "apaixonado-tonto". A supervisão da Globo, admite o actor ao DN, trouxe "segurança" à novela da noite da SIC. Com 15 anos de carreira, amadurece a ideia de fazer um monólogo no teatro.
Laços de Sangue é a primeira novela co-produzida entre a SIC e a Globo. Que diferenças tem encontrado?
A estrutura do texto beneficiou com a supervisão do argumentista Aguinaldo Silva. Sinto diferença no encaixar dos episódios, no olhar como os diferentes núcleos se cruzam, a forma como as personagens reagem perante uma situação. Sinto que esta é uma novela dinâmica, mas sem nunca descaracterizar as personagens.
Eram mudanças que já eram necessárias?
Acho que sim, até na própria forma de apresentação da novela. Há o parecer da Globo, em relação a muitas cenas, ao caminho que deve ser feito. Há mais segurança.
Em que sentido devem caminhar as novelas da SIC?
Devem caminhar por onde estão a ir. Há que querer agradar a um maior número de pessoas, sem se tornar num produto de elite, para poder fazer frente às novelas da TVI. A nossa meta é arranjar forma de ter um produto que agrade a toda a gente, mas que não seja demasiado acessível e simples.
É uma crítica às novelas da TVI?
Acho que são, neste momento, quase uma instituição para as pessoas, o canal está sempre lá ligado. Compete-nos a nós, SIC, elevar o padrão para que os nossos potenciais concorrentes também diversifiquem. Apesar de todo o mérito das novelas da TVI julgo que talvez tivessem a responsabilidade de fazer coisas mais arrojadas porque têm público para isso.
Quer explicar melhor?
A linguagem da ficção deveria ser mais internacional. Na série Lost um dos actores principais é gordíssimo e eles não se preocuparam em arranjar um bonito. É gordo? É, paciência! E porque não? Não há gordos na sociedade?
É pelas séries que deve passar o futuro da ficção nacional?
As séries têm uma vantagem, há mais tempo de pré-produção, são 13 a 14 episódios. Nós tivemos um sinal dessa necessidade de diferença com a novela Vingança que foi claramente diferente. Ainda hoje as pessoas me falam mais de Vingança do que em Podia Acabar o Mundo. Foi um marco na televisão , porque apostou na diferença.
João Caldas Ribeiro é o seu novo papel em Laços de Sangue. Como está a ser dar vida a este homem?
Está a correr bem. O que eu procuro é que o meu personagem não se defina em duas linhas. Todos temos um lado cómico, outro menos bom, mais ou menos corajoso, e é isso que faz com que o espectador identifique se a personagem é real ou não.
Quer traduzir?
Ele foi sempre um altruísta, a favor do bem e, de repente, quando fica a saber que a Inês [Diana Chaves], a mulher que ele escolheu para a vida, lhe escondeu a verdade, fecha-se numa negação em que não vai perdoá-la. É uma personagem que se apresentou de início como supernobre e que vê surgir sentimentos como a vingança... É isso que eu gosto de fazer.
O João vai ser, então, uma personagem de muita mudança?
Procuro sempre que as coisas não sejam óbvias. No início da novela, a relação da Inês e do João estava escrita como um amor incondicional, mas quis ir para além disso, quis criar alguém divertido e que não fosse só o "apaixonado tonto".
As mudanças constantes e o gravar sem saber para onde se caminha não lhe trazem insegurança?
O tempo das inseguranças já passou. Ela só existe pelo facto de não saber se as pessoas aceitam ou não o que estamos a fazer. O formato das novelas não se compadece com insegurança...
E o Diogo enquanto actor?
Eu procuro ser um actor seguro, mas isso o público o dirá. Não me sinto inseguro.
Soma 15 anos de carreira. Que sonho quer cumprir como actor?
Sou ávido por fazer coisas. Em televisão, gostava de voltar a fazer um papel cómico. Não sei se sou competente, mas sei o que sinto quando faço comédia e sinto saudades. E já pensei várias vezes se deveria ou não fazer um monólogo, mas acho que vou beneficiar disso daqui a uns anos. Vou ter mais bagagem emocional para servir melhor quem me for ver. Talvez ainda seja cedo. Mas essa ideia de 'Se calhar não és capaz...' é algo que me desafia imenso.
E o filme Mary, Mother Of Christ sempre vai avançar?
A MGM tem problemas financeiros, agora conseguiram um acordo para negociar os direitos com a Sony. Se tudo correr bem a pré-produção arrancará a 2 de Janeiro e disseram-me que em Março e Abril teria de ir para a Jordânia. Já foi tantas vezes adiado...
Está em cena no Teatro da Trindade com a peça O Dia dos Prodígios. São dias de correria?
Sim, já tinha aceite o convite quando apareceu a novela. Jurei que isto não ia acontecer mas, pelos vistos, as juras servem para ser quebradas. (risos)
Laços de Sangue é a primeira novela co-produzida entre a SIC e a Globo. Que diferenças tem encontrado?
A estrutura do texto beneficiou com a supervisão do argumentista Aguinaldo Silva. Sinto diferença no encaixar dos episódios, no olhar como os diferentes núcleos se cruzam, a forma como as personagens reagem perante uma situação. Sinto que esta é uma novela dinâmica, mas sem nunca descaracterizar as personagens.
Eram mudanças que já eram necessárias?
Acho que sim, até na própria forma de apresentação da novela. Há o parecer da Globo, em relação a muitas cenas, ao caminho que deve ser feito. Há mais segurança.
Em que sentido devem caminhar as novelas da SIC?
Devem caminhar por onde estão a ir. Há que querer agradar a um maior número de pessoas, sem se tornar num produto de elite, para poder fazer frente às novelas da TVI. A nossa meta é arranjar forma de ter um produto que agrade a toda a gente, mas que não seja demasiado acessível e simples.
É uma crítica às novelas da TVI?
Acho que são, neste momento, quase uma instituição para as pessoas, o canal está sempre lá ligado. Compete-nos a nós, SIC, elevar o padrão para que os nossos potenciais concorrentes também diversifiquem. Apesar de todo o mérito das novelas da TVI julgo que talvez tivessem a responsabilidade de fazer coisas mais arrojadas porque têm público para isso.
Quer explicar melhor?
A linguagem da ficção deveria ser mais internacional. Na série Lost um dos actores principais é gordíssimo e eles não se preocuparam em arranjar um bonito. É gordo? É, paciência! E porque não? Não há gordos na sociedade?
É pelas séries que deve passar o futuro da ficção nacional?
As séries têm uma vantagem, há mais tempo de pré-produção, são 13 a 14 episódios. Nós tivemos um sinal dessa necessidade de diferença com a novela Vingança que foi claramente diferente. Ainda hoje as pessoas me falam mais de Vingança do que em Podia Acabar o Mundo. Foi um marco na televisão , porque apostou na diferença.
João Caldas Ribeiro é o seu novo papel em Laços de Sangue. Como está a ser dar vida a este homem?
Está a correr bem. O que eu procuro é que o meu personagem não se defina em duas linhas. Todos temos um lado cómico, outro menos bom, mais ou menos corajoso, e é isso que faz com que o espectador identifique se a personagem é real ou não.
Quer traduzir?
Ele foi sempre um altruísta, a favor do bem e, de repente, quando fica a saber que a Inês [Diana Chaves], a mulher que ele escolheu para a vida, lhe escondeu a verdade, fecha-se numa negação em que não vai perdoá-la. É uma personagem que se apresentou de início como supernobre e que vê surgir sentimentos como a vingança... É isso que eu gosto de fazer.
O João vai ser, então, uma personagem de muita mudança?
Procuro sempre que as coisas não sejam óbvias. No início da novela, a relação da Inês e do João estava escrita como um amor incondicional, mas quis ir para além disso, quis criar alguém divertido e que não fosse só o "apaixonado tonto".
As mudanças constantes e o gravar sem saber para onde se caminha não lhe trazem insegurança?
O tempo das inseguranças já passou. Ela só existe pelo facto de não saber se as pessoas aceitam ou não o que estamos a fazer. O formato das novelas não se compadece com insegurança...
E o Diogo enquanto actor?
Eu procuro ser um actor seguro, mas isso o público o dirá. Não me sinto inseguro.
Soma 15 anos de carreira. Que sonho quer cumprir como actor?
Sou ávido por fazer coisas. Em televisão, gostava de voltar a fazer um papel cómico. Não sei se sou competente, mas sei o que sinto quando faço comédia e sinto saudades. E já pensei várias vezes se deveria ou não fazer um monólogo, mas acho que vou beneficiar disso daqui a uns anos. Vou ter mais bagagem emocional para servir melhor quem me for ver. Talvez ainda seja cedo. Mas essa ideia de 'Se calhar não és capaz...' é algo que me desafia imenso.
E o filme Mary, Mother Of Christ sempre vai avançar?
A MGM tem problemas financeiros, agora conseguiram um acordo para negociar os direitos com a Sony. Se tudo correr bem a pré-produção arrancará a 2 de Janeiro e disseram-me que em Março e Abril teria de ir para a Jordânia. Já foi tantas vezes adiado...
Está em cena no Teatro da Trindade com a peça O Dia dos Prodígios. São dias de correria?
Sim, já tinha aceite o convite quando apareceu a novela. Jurei que isto não ia acontecer mas, pelos vistos, as juras servem para ser quebradas. (risos)
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