SIC aposta em tudo!

Carnaxide já pôs os trunfos na mesa para sair de vez do terceiro lugar das audiências. Júlia Pinheiro, Manuela Moura Guedes e um naipe de actores jovens e experientes podem equilibrar o jogo com a RTP. Mas os especialistas dizem que 2011 ainda vai ser da TVI.
A SIC tem um ano para mostrar o que vale, depois de tanto investimento aplicado na contratação de estrelas ao canal líder de audiências em Portugal, a TVI, e na compra de conteúdos que fazem furor pelo mundo inteiro, como o The Biggest Loser ou Factor X. Porém, e se correr mal? "Isso logo se vê", diz à NTV o director-geral da estação, Luís Marques. E insiste: "Mas claro que não vai correr, não pensamos nesse cenário, estamos com a maior das tranquilidades". Já o director de programas, Nuno Santos, prefere não responder à questão e não alimenta cenários negros.
Para os especialistas, porém, é difícil acreditar numa próxima oportunidade depois desta jogada milionária. O antecessor de Nuno Santos, Francisco Penim, que abandonou a empresa privada há precisamente três anos (6 de Janeiro de 2008), diz que isto "só pode mesmo ser" o ano do início da escalada das audiências. "E aponto três razões: A primeira é que a SIC nunca esteve tão mal, portanto tem de ir para cima; A segunda é que já passou muito tempo desde que a SIC começou a descer, em 1997"; A terceira, diz Penim, prende-se com o declínio da TVI, uma tendência iniciada "ainda antes da saída de José Eduardo Moniz [5 de Agosto de 2009]". O ex-director recorda que "o declive da TVI é semelhante ao da SIC, só que ninguém se apercebe disso". Caso contrário "não teriam deixado sair o Moniz e já teriam um director de programas para resolver problemas, como as duas novelas que estão em apuros".Tudo ou nada nas audiênciasMas será que Carnaxide vai conseguir dar a volta à tabela de audiências e libertar-se do terceiro lugar (pelo segundo ano consecutivo, a estação ficou atrás da RTP1)? "Vai ser difícil inverter essa realidade, porque a SIC tem um leão do entretenimento e da ficção nacional, que é a TVI, e que ainda atrai muitas pessoas", declara Felisbela Lopes, investigadora na área da comunicação social. A universitária critica mesmo a opção da SIC em "copiar o modelo" vencedor da TVI. "Os quase 20 anos de história de televisão
privada em Portugal já deviam ter-nos ensinado que não é a ir ao quintal do líder que vamos conseguir conquistar audiências", diz, acrescentando que tem havido "uma clonagem da TVI feita pela SIC". Carnaxide, contudo, optou mesmo por desferir o golpe no quintal alheio. "A estação não está a investir em conteúdos mas em pessoas", constata Eduardo Cintra Torres, crítico de televisão. O jornalista prefere não fazer vaticínios e refugia-se na frase "prognósticos só no final do ano". "Não é possível prever se 2011 é o ano da SIC porque a televisão é dinâmica e depende das escolhas dos espectadores", sublinha. Mais céptica, Felisbela Lopes contrapõe: "Se colocarem as contratações em formatos alternativos, aí sim, podem beneficiar com isso."
NTV

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