Hoje no Jornal da Noite
Como será a vida depois do escudo e já com o euro a entrar na carteira dos portugueses? A pergunta foi feita há dez anos, em finais de 2001. A resposta veio de Arazede, durante um dia, transformada em Vila do Euro. A pequena localidade recebeu o desafio da SIC e entrou numa espécie de jogo para se perceber o que ia mudar. Importante, também, era perceber como iam os portugueses lidar com a moeda comum, depois de uma vivência de quase cem anos com o escudo.
À porta do banco, Isabel da Cruz Gomes troca dinheiro. Nas mãos, sente o peso de uma moeda que está prestes a chegar. É uma simulação, é verdade, e as moedas são em papel, mas a experiência é levada a sério, porque a brincadeira do euro, em breve irá torna-se realidade. Segue para a pastelaria, para um pequeno-almoço pago em euros. Foi em 2001.
A moeda única preparava-se para entrar em cena. O escudo, criado em 1911, até ia conviver uns dias com o euro, para facilitar as contas. Por estes dias, antes do arranque oficial, é a partir de Arazede que se mostram as dificuldades, as dúvidas e também a curiosidade que andava à volta de uma moeda que prometia um Portugal melhor.
Na escola, a professora Alda põe em marcha um jogo para os alunos do primeiro ciclo. Ricardo tem apenas 8 anos. Acerta na pergunta: Quando é o euro em escudos? 200.482. Resposta certeira, sem hesitar.
Não muito longe, o talho do António. A vida inteira a cortar carne. Sorridente, vê na tabela de preços um novo símbolo a abrir caminho para uma nova moeda. Será que vai haver confusão? O destino, neste caso, ao euro pertence.
E no centro da vila, há anos e anos, sempre aqui, a banca de fruta e legumes de Joaquim Bispo. As moedas em papel, desse dia em que se experimentou o euro, misturam-se com os escudos, numa pequena bandeja de plástico. As contas são feitas ainda com muitas dúvidas. É preciso puxar pela cabeça.
O dia, nesse dia, foi animado. O que o euro prometia e o que começou por trazer. Dez anos depois, o ‘Perdidos e Achados’ encontra a outra face da mesma moeda.
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