A escola Dr. Azevedo Neves, na Damaia, às portas de Lisboa, era considerada, em 2005, a mais africana da Europa. A maior parte dos alunos eram de ascendência africana e viviam nos bairros mais problemáticos do concelho da Amadora. Ali, a SIC encontrou os jovens que mais nenhuma escola recebia.
Na escola Dr. Azevedo Neves, era comum haver alunos envolvidos em crimes e desacatos. Muitas vezes, traziam para as aulas os hábitos da rua e vivências marginais que os professores tentavam contrariar.
Mas o papel desta escola não se esgotava dentro das salas de aula. José Rocheta, professor de Educação Tecnologia, passava a maior parte do tempo nas ruas dos bairros, à procura de jovens em fuga da escola e, muitas vezes, às portas da marginalidade.
A reportagem da SIC fez um retrato da escola através dos depoimentos de alguns alunos.
Nelson Andrade estava no 8º ano, numa turma de repetentes, com uma média de idades de 17 anos. Rui Furtado era na altura o mais velho da turma. Tinha 20 anos e muito tempo perdido em Cabo Verde, onde o pai não o deixava estudar.
Na mesma altura, Manjuco e Alexandre estavam prestes a completar o 10º ano. Após anos de indisciplina, diziam estar a entrar na linha. Tinham a certeza, em 2005, que iriam completar o 12º ano e concretizar todos os sonhos.
No meio de um quadro preocupante, a SIC encontrou Joana Teixeira, a melhor aluna da escola. Tinha 16 anos, estava no 11º ano e queria seguir Direito e entrar para a Policia Judiciária.
O ‘Perdidos e Achados’ do próximo sábado voltou à escola. Quisemos saber o que aconteceu aos alunos e aos professores que conhecemos nessa altura.
Jornalista: Isabel Osório
Imagem: Odacir Júnior
Edição: João Nunes
Produção: Diana Matias e Madalena Durão
Coordenação: Sofia Pinto CoelhoDirecção: Alcides Vieira
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