Foram apresentados esta quarta-feira os resultados de 2011 do grupo Impresa, o grupo de media que detém a SIC.
Em 2011, perante um cenário económico cada vez mais adverso, a SIC reagiu à quebra
das receitas tradicionais, com novas fontes de receitas e uma forte contenção nos custos
operacionais.
As receitas totais da SIC desceram 5,1%, para 164,1 M€, e os resultados antes de
impostos baixaram 11,4%, para 14,6 M€, penalizados por custos com re-estruturação e
acréscimos de provisões.
O mercado publicitário de televisão em sinal aberto apresentou uma descida de 14% em
2011.
As receitas publicitárias da SIC desceram menos que o mercado, com um queda
de 8,5% em 2011, após uma forte retração de 20% no último trimestre do ano. No final do
ano, as receitas publicitárias representaram 59,0% do total da faturação da SIC.
A evolução das receitas publicitárias beneficiou dos ganhos de quota de mercado nos
canais generalistas e nos canais de cabo, devido à melhoria verificada na performance
dos “targets” comerciais, principalmente no horário nobre.
O canal generalista da SIC
obteve 35,8% de quota de mercado publicitário, superior em 1 ponto percentual ao valor
de 2010, e no cabo reforçou a sua quota para 26,3%.
O canal SIC terminou o ano de 2011 com uma
audiência média de 22,7%, comparando com
23,4% do ano anterior.
A SIC foi o canal
generalista que menos desceu, face aos
resultados de 2010, ganhando quota no conjunto
dos canais generalistas.
A estratégia de programação, em 2011, continuou
focada em obter os melhores resultados nos
“targets” comerciais (classes ABC1C2, entre os
15 e 54 anos). Esta estratégia permitiu atingir
audiências nos “target’s” comerciais superiores à
média da estação. No horário nobre, a SIC foi o
único canal generalista a subir face a 2010. No
Universo, a audiência do horário nobre subiu
quase 1 ponto percentual, para 24,7%, e a
audiência no target comercial subiu 0,6 pontos
percentuais, para 26,3%.
A programação da SIC manteve, em 2011, a
sua aposta na ficção nacional. A qualidade da
ficção produzida pela SIC foi reconhecida com o “Emmy” para
melhor novela em 2011, entregue à novela portuguesa “Laços de
Sangue”, produzida em parceria com a TV Globo. A novela
“Laços de Sangue” esteve no ar até setembro de 2011, um
período ligeiramente superior a 1 ano, onde
obteve excelentes audiências, superiores à
média da estação. A novela, que teve uma
audiência média de 27,4% em 2010,
registou uma subida para 28,2% em 2011,
liderando o seu bloco horário.
Em setembro de 2011, estreou-se a novela portuguesa “Rosa Fogo”, mantendo a SIC a
sua aposta numa linha de ficção portuguesa.
Da restante programação da SIC, durante 2011, é de destacar:
- O programa “Peso Pesado” que foi a grande aposta de entretenimento em 2011. As duas edições tiveram um assinalável sucesso. A primeira emissão teve uma audiência média de 28,9%, atingindo, com as galas de domingo, uma média de 37,4%, enquanto a segunda emissão atingiu 26,4% de audiência média.
- O “Jornal da Noite”, que teve uma audiência média de 24,8%, e de 26,2% no “target” comercial, continuou a registar valores acima da média da estação.
- As novelas brasileiras continuaram a marcar presença na SIC. A novela “Alma Gémea”, que estreou em Janeiro de 2011, foi um dos sucessos das noites da SIC, com audiências superiores a 26,6%, até Novembro de 2011.
- O futebol foi outra das apostas da SIC. A meia-final da liga Europa, entre o Braga e o Benfica, atingiu 53% de audiência. Alguns jogos do BWIN Cup obtiveram boas audiências, com foi o caso do Benfica-Sporting, que obteve 52% de audiência. 23,8% 24,7% 2010 2011
Em 2011, as audiências, no
conjunto dos canais temáticos
da SIC, atingiram 19,3% (18,9%,
em 2010), apesar do aumento do
número de canais presentes nas
várias plataformas. A SIC Notícias
completou o 11º ano de liderança
das audiências dos canais de
cabo, com uma audiência média
de 11,3%. O canal SIC Mulher
também marcou presença no top
10 dos canais mais vistos, com
audiência de 4,2%. A SIC Radical,
obteve uma audiência média de
2,9%, descendo em relação a
2010. O canal SIC K celebrou o 2º
aniversário e, apesar de apenas estar presente na plataforma MEO, teve uma audiência
média de 0,7%, subindo em relação a 2010.
Em 2011, foi também lançado um novo canal de subscrição, baseado no programa “Peso
Pesado”, que esteve no ar durante a primeira emissão do programa, entre abril e julho de
2011.
A área internacional dos canais temáticos continuou a registar um bom ritmo de
crescimento e, apesar de ter sido afectada pela volatilidade do câmbio do dólar, cresceu
5,6% em 2011, e representa já 12,1% da facturação desta área, atingindo mais de 4,6
milhões de espectadores, em 10 países - Suíça, França, EUA, Canadá, Brasil, Cabo Verde,
Angola, Moçambique, África do Sul e Austrália.
A área de Multimédia desceu 6,9%, em 2011, para 16,8 M€. A descida é essencialmente
explicada pelos valores do 1º trimestre de 2010, que estão empolados pela recta final do
programa “Ídolos”, que terminou em Fevereiro de 2010, o que explica a quebra registada
nos primeiros três meses de 2011. Esta descida foi, entretanto, compensada pelo bom
comportamento nos 3º e 4º trimestres de 2011, que beneficiaram da renovação dos
concursos que incluem “Call TV” e que estão distribuídos por vários programas ao longo
do dia, bem como de programas de entretenimento, como foi o caso do “Peso Pesado”.
As receitas multimédia, no 4º trimestre de 2011, subiram 32,5%.
O ano de 2011 foi muito importante para as plataformas “online” da SIC. Foi concretizada
uma grande renovação tecnológica nas plataformas de suporte à redação e de publicação
dos sites, que veio permitir uma gestão centralizada de conteúdos para publicação em
multi-plataforma. Por outro lado, assinalou-se o lançamento do site da SIC Notícias, com
um forte enfoque no vídeo, e o investimento em projectos de grande entretenimento, com
os sites “Peso Pesado”, “Laços de Sangue” e “Rosa Fogo”. Tudo isto contribuiu para um
aumento substancial do tráfego dos sites, tendo o número de visitantes crescido 32,3%,
em 2011. Foi um ano de crescimento em audiências e em proveitos comerciais.
As outras receitas apresentaram uma subida de 5,9%, em 2011. Este aumento deveu-se à
subida das receitas de televendas e dos serviços técnicos, que compensou as menores
receitas de merchandising, de venda de conteúdos e de receitas não recorrentes.
Os custos operacionais da SIC desceram 4,4%, em 2011, apesar de se ter registado
um aumento dos custos com re-estruturação, para 946 mil euros, incorridos com o
programa de rescisões amigáveis, lançado em maio de 2011. Sem o aumento dos custos
com re-estruturação, os custos totais teriam descido 5,1%, em 2011.
Entre as principais
variações, de referir que os custos de grelha baixaram 5,9%, incluindo os custos com o
canal “Peso Pesado”, os custos com multimédia caíram 25% e os custos fixos desceram
1%.
Apesar da descida das receitas, o controlo de custos permitiu atenuar a queda do
EBITDA, que atingiu o valor de 22,6 M€, uma descida de 9,5% em relação a 2010, e
uma margem de 13,8%. A margem EBITDA, no 4º trimestre de 2011, foi de 24,9%.
A SIC obteve resultados antes de impostos de 14,6 M€, em 2011, uma descida de
11,4% em relação aos valores de 2010.
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