Exclusivo SICBlogue - entrevista a João Arroja

A poucos dias de comemorar o seu aniversário (25 de Abril), João Arroja foi o último vencedor do Casting para apresentador do Curto Circuito. Em mês de aniversário da SIC Radical, o SICBlogue entrevistou o homens dos sete ofícios que já passou por várias profissões e que até tem o bichinho da representação que lhe ficou desde que foi um dos 10 escolhidos do casting final do filme ‘Adeus Pai’. 
Hoje ficou-se a saber que João Arroja abandona o programa da Radical sete meses após ter pisado pela primeira vez o palco do CC. Sempre aberto “a novas oportunidades e a novos desafios” o apresentador revela, ainda que “logo se verá em breve no futuro o que poderei estar a fazer”. 

Quem é o João Arroja? 
Se não se importam, a esta pergunta vou responder na terceira pessoa para não me sentir tão desnudado: O João Arroja é um ser irrequieto, que não pára sossegado e é hiperativo, muitos consideram-no uma eterna criança, outros chamam-lhe maluco. É uma pessoa que preza o convívio e o contacto directo com as pessoas, que teve uma educação feliz graças aos seus pais e respectiva família, e que faz de tudo para tentar roubar sorrisos às pessoas deixando-as bem dispostas e confortáveis na sua presença. Um dos seus maiores defeitos é a teimosia, ser explosivo e odiar pessoas com a mania da superioridade. Por vezes perde a noção do ridículo devido à sua excentricidade. Em suma: ama a sua família e adora os seus amigos. O melhor adjectivo que lhe foi dado até hoje foi o da Teresa Guilherme que quando o conheceu classificou-o como "O Furioso Dramático". 

De onde é que surge a possibilidade de participares no casting para o CC? 
Ora bem, estava eu no meu computador um dia a ver os mails e apagar os spams quando reparo num mail de um amigo a dizer que as inscrições para o CC Casting estavam abertas e que o Curto-Circuito era a minha cara e, como eu vou a tudo de cabeça e sem medos, decidi arriscar e pelos vistos correu bem. Se calhar foi sorte, ou então foi o destino. - Chegas à final e vences o casting juntamente com a Maria. Sentias que algo podia mudar? Claro que sim, a minha rotina diária ia ser outra definitivamente, ia viver para Lisboa e fazer o que sempre desejei em toda a minha vida, trabalhar em entretenimento e animação e lidando com temáticas de artes que adoro: cinema, teatro e música. Logo, sentia-me com mais pica de viver e de trabalhar no que me faz feliz e satisfaz profissionalmente. 

Qual é o balanço destes primeiros tempos no canal? 
Sem dúvida que está a ser uma experiência única e até hoje o que posso dizer é que o balanço é positivo; mesmo estando a trabalhar para a SIC Radical, as pessoas da própria SIC generalista) reconhecem-me e tratam-me bem. A equipa técnica é excelente e farto-me de rir com eles, pois são pessoas fundamentais no CC. Considero-os como amigos e tudo se torna num ambiente familiar, o mesmo acontece com o pessoal da produção, que é impecável, e as meninas da maquilhagem que – além de serem lindas - são simpáticas e divertidas. As senhoras do refeitório são muito engraçadas, metem-se sempre comigo, estamos sempre na brincadeira; a senhora que nos põe o estúdio num "brinquinho", a quem chamamos "Tia", é das pessoas que me deixa mais bem disposto logo de manhã, pois cumprimenta-me sempre com um sorriso sincero e afável e dá-me sempre um "xi-coração" fofinho. Tenho passado bons momentos no Canal e aproveito cada dia como se fosse o último. 


Qual foi o momento mais embaraçoso, até agora, no Curto-circuito? 
Para mim, o momento mais embaraçoso no CC aconteceu logo nos primeiros tempos em que estava a estrear-me como apresentador num programa que fiz basicamente às cegas porque o meu auricular - que recebe as instruções do coordenador - não estava a funcionar e só fazia ruído. Nesse programa estava completamente desorientado e inseguro e acabei por fazer uma entrevista a um dos responsáveis da Legião de Fãs da saga Star Wars em Portugal que falava de uma homenagem a um menino que tinha falecido devido a uma doença crónica e sempre que eu perguntava para quem era a homenagem ele respondia: "era para o menino que faleceu" e isto acabou por acontecer duas vezes durante a entrevista e senti-me mesmo muito mal, não estava a conseguir concentrar-me devido ao ruído no auricular e depois não tinha indicações do Coordenador para terminar a entrevista. Foi horrível. Mas entretanto, passado uns meses, encontrei a pessoa que na altura tinha entrevistado no CC, num curso de voz e acabámos por ser colegas e amigos. Como é óbvio contei-lhe tudo o que se tinha passado durante aquele programa apresentando-lhe as minhas desculpas.

Como é que descreves a Maria, o João e a Carolina? 
É difícil descrevê-los porque a minha relação com eles é estritamente profissional, como colegas de trabalho. Aliás, eu apresento a maior parte das vezes com a Maria; com o João Paulo só apresentei duas vezes; e com a Carolina só apresentei umas 5 ou 6 vezes, no ano passado, por isso nunca mais me encontrei com ela a não ser em eventos. Eu lido mais com os meus colegas da sala de produção e com a equipa técnica. Torna-se difícil descrever a Maria, o João e a Carolina, posso dizer que são todos diferentes, cada um com a sua cena e à sua maneira. - És um consumidor assíduo de televisão? Acho que todos nós somos consumidores de televisão, uns mais que outros. Felizmente não consigo passar uma tarde inteira só a ver televisão, vejo alguns programas e por vezes farto-me e nem os vejo até ao fim, não faz parte do meu feitio ficar muito tempo sentado a olhar para a televisão. Decididamente não sou do tipo sedentário e sinto-me mais realizado a fazer do que a ver, mas sempre que posso vejo televisão. 


Que tipos de programas vês mais na tv? 
Sempre posso e tenho tempo vejo de tudo um pouco, divirto-me imenso a ver Sitcoms (ex: "How I met your mother", "Seinfeld", "Two and half men"), gosto bastante de Talk Shows, posso dizer que sou fã do Jon Stewart (The Daily Show), Conan O´Brien, Ellen, entre outros... e confesso que sou viciado em documentários. Também consumo produções nacionais como "5 para a meia noite", "Para algo completamente indiferente", entre outros... - És, para todos os efeitos, uma cara da SIC Radical.

Estamos no mês do aniversário do canal. Como é que vês a SIC Radical actualmente? 
Vejo a Sic Radical como um canal diversificado que saboreia vários gostos. Felizmente a Sic Radical tem de tudo e tem apostado em novas produções nacionais, abraçou recentes programas como é o caso do "Filho da PUB" e "Para algo completamente indiferente" que, na minha opinião, são bons programas de entretenimento. É um canal com um enorme potencial e que ainda tem muito para dar. 

Sendo o CC uma marca da Radical o que é que significa para ti apresentar este programa? 
Para mim é um orgulho, radical é um adjectivo que faz parte da minha personalidade e da minha vida, já consumi muita coisa da SIC Radical e do Curto-Circuito que me fez crescer, ser como sou, e de ter vontade de fazer televisão. Como consequência disso realizei uma formação profissional na ETIC em que conheci um dos mentores da SIC Radical, Francisco Penim, que sem dúvida foi uma pessoa que me inspirou muito não só pelo seu profissionalismo durante a formação mas também pela sua personalidade. O facto de saber que trabalho no canal que ele próprio criou é um orgulho para mim. O Curto-Circuito é um programa que dentro dos seus limites dá a possibilidade de fazermos diferentes coisas além da apresentação. Existem sempre novos desafios, entrevistas inesperadas, e posso libertar-me e fazer as minhas próprias macacadas para tentar animar o público em casa, sem dúvida que até à data é o melhor trabalho que já tive e que vou tentar manter até ao fim. 

Como é que te vês no futuro? A fazer televisão? 
Talvez mais gordo e com mais rugas. Infelizmente nada dura para sempre e por isso farei os possíveis para agarrar novas oportunidades e poder continuar sempre a trabalhar em televisão. Se, por acaso, passar por alguma fase em que não consigo sustentar-me a trabalhar em televisão terei de arranjar outro trabalho como fonte principal, mas mesmo assim farei televisão nos tempos livres. Pelo facto de ser viciado em tudo o que envolve música fui convidado por um colega da Sigma3, Marco Almeida (excelente profissional), para produzir e apresentar um programa de música chamado HeadRoom que se encontra disponível no youtube e que poderão ver aqui neste link (http://www.youtube.com/watch?v=OuVvyG2a3JI). Se correr bem espero poder fazer programas como este ou outros de entretenimento, ou então trabalhar como actor representando personagens dramáticas para mostrar a minha outra faceta que o público não conhece. Estarei sempre aberto a novas oportunidades e a novos desafios, logo se verá em breve no futuro o que poderei estar a fazer. 

Poucos saberão mas chegaste a ficar entre os 10 melhores para fazer o filme “Adeus Pai”? O bichinho da representação está aí ou já se apagou? 
Claro que está, desde muito pequeno, aliás quando tinha 6 anos a primeira coisa que desejei era ser actor, e o meu actor favorito na minha infância era o Harrison Ford, nada se apagou em mim, apenas está guardado para a altura própria. O facto de estar apresentar o CC dá-me a possibilidade para fazer alguns momentos de entretenimento e de humor em que é preciso alguma habilidade de representação, logo esse bichinho também está presente no CC e em mim todos os dias. 

Até agora foste motorista de bolos, agente imobiliário, administrativo, consultor de sistema de informações, designer comercial? Consideras-te versátil ou é a ambição de experimentar algo novo? 
São ambas as coisas. Por vezes sinto-me frustrado por não ser suficientemente bom numa só coisa, mas por outro lado fico contente por já ter feito e experimentado várias actividades, aquilo a que já poderei chamar alguma pequena experiência de vida. Claro que nem tudo o que faço é bom e sai bem, mas farei sempre o meu melhor para poder evoluir seja qual for a área de trabalho em que estiver envolvido. 


Onde é que fica a música no meio disto tudo assim como os Shivers? 
A música está em todo lado até dentro de mim, que vai desde o batimento do meu coração até ao meu ritmo da minha respiração. De momento sou baterista de Shivers, vocalista dos Boca Doce e DJ de Rock, felizmente as minhas actuações em grande parte são à noite e regularmente são ao fim de semana, logo é fácil conciliar com o CC, até porque também não tenho assim tantos convites para actuar todos os fins de semana. E os projectos aos quais me dedico são maioritariamente Underground e não mainstream, portanto tenho concertos esporádicos. A música fará sempre parte de mim até morrer! 

Representação (figuração), rádio e televisão? Já fizeste os 3. Qual é o que gostas mais? 
Sem dúvida que prefiro a televisão e a representação, claro que a magia da rádio também tem a sua importância. Diverti-me imenso na altura em que fiz rádio, na Popular FM 90.9MHz, no programa "Revolução Caramela", mas não foi assim nada muito profissional. Foi um programa de rádio muito descontraído, sem qualquer formação. O bom disto tudo é que em relação a outros programas da rádio tínhamos bastante audiência e participações quer fosse via facebook ou telefone. Como eu sou uma pessoa muito expressiva adoro fazer caretas, sorrir e divertir-me, o que na televisão acaba por ter mais impacto. Como diz o velho ditado: uma imagem vale por mil palavras. Sinto-me mais confortável a representar sentimentos do que a descrevê-los. 

Como é que vês o actual panorama televisivo português? 
Consigo ver muita qualidade no panorama televisivo português com programas modernos, maior diversidade, produções nacionais que marcaram as pessoas e algumas foram referências nacionais. Hoje em dia existe mais oferta mas isso também não quer dizer que tenha mais qualidade. Sem dúvida que o mundo das novas tecnologias e da internet vieram revolucionar o mundo da televisão, trazendo vantagens e desvantagens. Uma das vantagens é ter uma maior oferta e diversidade e uma das desvantagens é 90% do que passa na Televisão estar disponível na internet. Conheço muita gente que já não vê televisão, apenas vê gravações, outros consomem programas e séries que apenas estão disponíveis na internet. 

Estás presente nas redes sociais. É importante a interacção com o público-alvo? 
Claro que sim, eu adoro o convívio com as pessoas gosto de estar perto delas, ouvir várias opiniões e conselhos, saber o que pensam de mim e de outros assuntos, etc... O facto de estar presente nas redes sociais torna mais fácil dar-me a conhecer e mostrar todos os meus projectos de modo a divulgar e trocar conhecimentos para novos desafios e trabalhos. Através do facebook já consegui muitos trabalhos e actuações. As redes sociais fazem parte do nosso quotidiano e são o nosso futuro. 

Uma última palavra para os leitores do SICBlogue 
Sejam vocês próprios e verdadeiros, não se deixem influenciar, lutem pelos vossos objectivos e nunca deixem de acreditar em vocês, sejam felizes! Se quiserem colocar alguma questão acompanhem-me no meu facebook: www.facebook.com/joaoarrojaoficial 

Abracinhos e desejo para todos vós muita P.A.S. (Paz, Amor, Saúde)

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