A 28 de Junho de 2008, o segurança do estaleiro de obras do Aeroporto de Beja foi brutalmente agredido até à morte. Assaltaram uma máquina de snacks e bebidas. Ninguém testemunhou o crime.
Sem pistas que levassem a qualquer suspeito, dois anos depois, a polícia recebe uma denúncia surpreendente que viria a revelar-se decisiva para o desfecho do caso: a mulher de António Silva jurava ter sido ele, o marido, o criminoso.
As provas, mesmo as da arma do crime, ainda hoje revelam fragilidades e levantam dúvidas. Quando, numa sala da cadeia, a repórter Sofia Pinto Coelho pergunta, olhos nos olhos, a António Silva se foi ele, obtém como resposta um “claro que não”, acompanhado por um abanar de cabeça e um sorriso nervoso, o mesmo gesto que o condenado repete em quase todas as perguntas, das mais simples à mais complicadas, como aquelas que pretendem encontrar as razões por que a mulher o terá denunciado tanto tempo depois.
Teria sido porque ele, segundo queixa dela, a maltratava? Teria sido porque ele escondeu dela um filho, fruto de uma relação extraconjugal? Ou, como o tribunal decidiu, teria sido mesmo ele a assassinar o segurança e quem fala verdade não é ele, mas ela?
Sete anos depois, António encolhe os ombros e sorri, nervoso, em cada resposta, adensando ainda mais o mistério que sempre envolveu a morte do segurança do estaleiro de obras do aeroporto de Beja.
O retrato da vida (suspensa) de António Silva é o tema do episódio desta segunda feira de Vidas Suspensas, a série documental da SIC, para ver logo a seguir ao Jornal da Noite.
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