Cintra Torres acusa SIC de plágio de Golpe de Sorte e obriga canal a reagir

Há cerca de uma semana o crítico televisivo Eduardo Cintra Torres "reclamou" direitos sobre a série de sucesso Golpe de Sorte que está a ser emitida desde maio na SIC.
Foi na sua crónica habitual no jornal Correio da Manhã que o doutorado em sociologia e mestre em Comunicação, Cultura e Tecnologias da Informação falou sobre a série da Coral Europa num artigo de opinião a que deu o título de “Golpe de azar, golpe de sorte”.
Depois de ter acesso à crónica, a estação de Paço de Arcos, dirigida por Daniel Oliveira, refuta qualquer crédito para o crítico televisivo e garante que a série "nasceu em Novembro de 2018 no seio da Direção de Programas da SIC e é um formato original, estruturado e desenvolvido de raiz pela autora Vera Sacramento e produzido pela Coral Europa, uma empresa concorrente da SP Televisão" conforme demonstra num comunicado emitido pelo canal esta semana ao qual se juntaram ainda a SP Televisão e a Coral Europa ambas visadas por Eduardo Cintra Torres no seu artigo..

Eis o comunicado da SIC relativamente a este tema:
Em artigo de opinião intitulado “Golpe de azar, golpe de sorte”, publicado na edição de domingo, dia 9 de Junho, do jornal Correio da Manhã, o crítico de televisão Eduardo Cintra Torres afirma-se autor da “ideia” que dá origem à série “Golpe de Sorte”, líder absoluto de audiências em Portugal e que passa na antena da SIC a seguir ao Jornal da Noite. Detalha ainda Cintra Torres que a “ideia” da série lhe foi solicitada, em 2015, pela SP Televisão.
A SIC, a SP Televisão e Coral Europa repudiam qualquer associação à “ideia” que Cintra Torres diz ter fornecido à SP Televisão, e esclarece que a premissa de “Golpe de Sorte” nasceu em Novembro de 2018 no seio da Direção de Programas da SIC e é um formato original, estruturado e desenvolvido de raiz pela autora Vera Sacramento e produzido pela Coral Europa, uma empresa concorrente da SP Televisão. Um facto que Eduardo Cintra Torres, enquanto crítico que se dedica a análise de conteúdos televisivos, deveria saber. A autora trabalha há uma década na Coral Europa, não tem, nem nunca teve, nenhuma ligação à SP Televisão.
A ideia de alguém que nasceu pobre se tornar rico, de um dia para o outro, é indubitavelmente sedutora para quem escreve ficção. A consulta de alguns clássicos da literatura ou uma breve pesquisa sobre outras obras de ficção que obedecem à mesma premissa, atestam isso mesmo. De resto, nem seria preciso um visionamento atento para se concluir que a série da SIC nada tem a ver com a “ideia” de um “homem novo” que se lança “à conquista de Lisboa; tropeça, mas tem a cabeça no lugar”, e que permitiria “alguma literacia sobre operações económicas e financeiras no imobiliário ou na Bolsa”. Ao contrário, “Golpe de Sorte” passa-se numa vila imaginária chamada Alvorinha e tem como protagonista uma mulher vendedora de fruta chamada Maria do Céu. Toda a construção do universo que suporta esta série saiu da lavra dos seus autores e nenhum deles é Eduardo Cintra Torres.
Uma (falsa) acusação de plágio é grave, feita sem qualquer prova ou sustento é irresponsável, nos termos em que Cintra Torres a faz é delirante. Se Eduardo Cintra Torres, como diz, é “pai de uma criança” que lhe foi separada à nascença, deve procurá-la noutros locais, porque “Golpe de Sorte” não está institucionalizada, nem tem problemas de filiação. É uma série original criada na SIC, cuja autora é Vera Sacramento e produzida pela Coral Europa.
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